domingo, 29 de abril de 2012

Umha mentira repetida várias vezes, torna-se verdade



Pormenor do mapa elaborado por Modesto Lafuente para a sua obra "Historia General de España".

O autor primeiro transliterou do árabe o nome do reino ali representado como "JALIKIAH" e posteriormente traduziu-o para o castelám como "Reino de León". Isto ocorreu em Barcelona (Gothalaunia), no ano 1850.

Modesto Lafuente era de Palência (Castilla). Estudou em Lliom e Valladolid, foi condecorado com a Cruz de Isabel a Católica e foi nomeado membro da "Real Academia de la Historia".

A sua obra principal, aquela "Historia General de España" (1850-1867) em vinte e nove volumes é considerada a obra paradigmática da historiografia nacionalista espanhola liberal (progressista e contrária ao absolutismo) do século XIX. O seu objetivo foi a criaçom duma consciência nacional espanhola (sei-que nom existia) estando muitos dos seus mitos vigentes na atualidade.

Umha história inventada dende o começo, ao igual que o estado português fixo com o sul da Gallaecia. O triste é que nas escolas e licéus, as crianças andam a estudarem estes mapas e os discursos que há por baixo deles, enquanto os irmandinhos ou os reis da Gallaecia, por pôr somente dous exemplos, ficam reduzidos a meio parágrafo.


A maior parte do mal chamado nacionalismo galego “de esquerda” dos derradeiros 50 anos esqueceu ou preferiu nom dar a batalha neste terreo. Cecais entendendo muitas das vezes que já a Geraçom Nós fizera todo o trabalho e que havia pouco que descobrer ou desmentir. Mas também houve umha parte deste "galeguismo" que prefiriu deixar a umha beira a história galega e optarom de forma consciente, por subscrever os princípios historiográficos do nacional-espanholismo.

Estes "desmitificadores" que combatem supostos mitos do galeguismo sem mover um dedo contra os do espanholismo, estes okupas que se auto-proclamam “nacionalistas”, som parte responsável e muito responsável de que ainda hoje as mentiras do nacional-espanholismo sejam divulgadas sem mais no ensino académico galego e galaico.

Ainda assím, o espanholismo segue sendo consciente de que esta é umha parte muito importante para justificar e perpetuar a consciência nacional espanhola. É por isto que ainda estes dia vemos novas como a do actual ministro de interior que vai-se encarregar que “Se enseñe la misma historia de España en las diferentes CC.AA” história da sua Espanha centralista e liberal, logicamente. Mentres tanto para a maior parte dos professores, mestres e associaçons pedagogicas galegas, asturiana, leonesa e portuguesa; o tema da história, do ensino da história própria desde umha vissom historiogáfica galaica nom é prioritário.

Saim também no mapa em vermelho os “Campos Góticos”, que como saberedes eram chamados Campus Gallaeciae (campos galaicos), que foi primero topónimo documentado que alude a esta comarca campesinha. Documenta-o o Bispo de Chaves Hidacio Lemico no seu livro "Hydatii Lemici continuatio Chronicorum Hiero nymianorum" na página 30. Posteriormente também é nomeada assim por Sanchez Albornoz nos seus "Fuentes para el estudio de las Divisiones eclesiásticas Visigodas" na página 53 do número 1 no Boletín da Universidade de Santiago en 1930.

A paciência temos que pedir aos deuses quando o que supostamente é sempre reino de Asturias, logo de León resulta ser Gallaecia, Galizuland, Gallicea etc nas crónicas francas, britânicas, vaticanas, escandinavas etc. Quando nom mesmo a muitas testemunhas peninsulares da época. Pretender justificar a mentira e deturpaçom "noventayochista" em base a supostos pantasmas expansionistas galaicos é simplesmente ridículo. Nom é só que os muçulmans chamassem Gallaecia ao território cristam;é que os próprios reis do que a Historiografia espanhola denomina "reino de León" diziam-se eles mesmos serem REIS DA GALLAECIA.

Hoje Gallaecia é umha naçom dividida em dous estados peninsulares, e dentro do Espanhol em três CC.AA. Está a ser DESTRUIDA a consiência em todo âmbito: étnico, cultural, linguístico, económico, patrimonial, ecológico, populacional etc... inclusivamente a sua História a qual é distorcida,quando nom apagada direitamente. Está habitada por umha maioria de pessoas sem qualquer consciência nacional e os partidos políticos que se dim nacionais só pensam em termos eleitorais, tendo-se perdido muitos anos na imprescindível laboura de conscientizaçom e trabalho de base. 


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