Usos e costumes dos celtas
Para conhecer bem aos nossos antergos celtas, temos que saber dos seus contumes, do seu jeito de vê-la vida, da organizaçom da sua sociedade etc. Agora vamos saber como viviam e como pensavam, baseando-nos na informaçons que davam deles os historiadores e geógrafos clássicos.
Para gregos e romanos, o nosso povo de soldados, segundo Strabón, os celtas galaicos, “eram os mais maus de vencer de toda Hispania”. E Justiniano dize: “Na Gallaecia só as mulheres cuidam dos negócios da casa e da agricultura, por estarem os homens entregados ao ofício de soldados”. Sílio Itálico, confirma estas verbas quando exclama: “Entre os galaicos, o homem passaria por um covarde se sementara no sulco ou afundira na terra e relha dum arado. Tudo o que é alheio à guerra está nas mãos das suas infatigáveis companheiras”.
Nos poucos momentos de paz, nom esquecem as batalhas. Usam, conta Estrabón: combates gínmicos, carreira, luita e simulacros em cohortes instruídas. Também as danças tenhem um forte carácter guerreiro: “O som de cantos bárbaros, batendo a compás com as espadas nos escudos, e tal é a diversom mais querida destas gentes, tal o seu melhor prazer”. Como os demais celtas, os da Gallaecia, amarom a guerra e fizeram dela um ofício.Luitarom entre si, luitarom contra os invasores do seu cham,e por luitar, formarom mais tarde nas suas filhas. Combaterom pela liberdade da sua terra como heroes, e combaterom póla paga como mercedários.
Os escritores antigos falarom das suas virtudes guerreiras, mais pouco dizerom do seu caracter moral. Fora das suas habilidades de metalúrgicos e forjadores. Disto desprende-se póla democracia que poderia ser umha sociedade matriarcal, já que mentres os homens adicavam-se à guerra, as mulheres cuidavam da fazenda e a família. Nembargantes o papel do homem é quase dictatorial, porque se bem a base social estaba constituída pola família, quase sempre monogâmica. Também conhecem-se casos de várias mulheres legítimas e concubinas. O pai tinha umha autoridade total, incluso com direito de vida e morte sobre os filhos. O matrimónio efectuava-se meiante contrato e também pola compra da mulher; a esposa aportava no casamento um dote que o homem tinha que duplicar, se um deles morria a propriedade passava ao outro. A pesares do anterior dito a mulher tinha também relevância na sociedade celta, chegando a fazer de arbitro nas disputas, ires com o seu homem à guerra ...etc.
Afondando nos costumes podem-se estabelecer diferenças entre os que viviam nas ribeiras, e os que habitavam as montanhas, dize dos primeiros: “Os que vivem nas ribeiras tenhem costumes lacônicas. Untam-se duas vezes o corpo, usam vários vasos cozidos com pedras quentes e lavam-se com auga fria, comem frugalmente dum só alimento. Os da montanha, bebem auga, deitam-se no cham, fazem caer longamente o cabelo das mulheres, fazendo ademais que a faziana seja-lhes velada pola mitra. Comem sobre todo castrons. Alimentam-se duas partes do ano com a landras dos carvalhos, secas e esmagoladas; logo moêndoas, fazem pam desta farinha, assim garda-na para o resto do ano. Usam também cerveja, tenhem pouco vinho e gasta-no logo com os amigos em ledos banquetes. A manteiga faze entre eles o uso do aceite. Comem sentados em roda, e tenhem à beira das paredes asentos para este uso. Ao comerem dam os primeiros lares à idade e à dignidade; à hora de beberem, levam bailarins que dançam com música de flautas e trompetas, choutando, ageolhando-se e inclinando o corpo lentamente. Usam vaixelas de madeira. Os que vivem no interior das terras, usam de câmbios no canto de dinheiro, ou dam anacos de folha de prata. Aos condenados à morte botam-nos atados entre penedos; aos fracticidas, sacam-nos fora dos limites, ou matam-nos a cantaços.
Ciquais umha das melhores maneiras de conhecer a um povo seja a travesso da religiom. Os celtas practicavam a mágia, o culto aos antergos e aos deuses. Havia deuses tribais e gerais, a sua origem é problemática: alguns dizem que correspondem a antigos deuses indoeuropeus. Deste jeito, Taranis seria o deus da luz, outros seguramente eram tomados de povos conquistados, e dos povos com os que tiveram algumha relaçom. Davam culto aos seus deuses em: bosques, terras pantanosas, estes lares eram sagrados e nalguns casos fechavam-se com valados. Faziam sacrifícios humanos e de animais; criam na inmortalidade, e o ano tinha carácter ritual, os meses eram lunares e contabilizavam-se as noites no canto dos dias.
Nom há sinais de templos nem de ídolos. Havia os lares sagrados antes ditos, estes lares semelha ser que levavam o nome celta de NEMET ou NEMETON.
Os druidas na Galiza eram umha classe sacerdotal, herdeira e custodiadora das tradiçons religiosas celtas. Nom eram umha classe fechada, os seus membros reclutavam-se por eleiçom. Escolhiam a pessoas muito sábias e de grandes conhecimentos, froito dumha longa aprendizagem; umha vez que eram escolhidos recebiam a consagraçom e misturabam-se com os demais e participavam nas suas opinions.
Bibliografia:
- Ediçom em tomos da revista “Nós”. Tomo I. – Vários
- España y los españoles hace dos mil años. – Antonio García Bellido
- Historia de Galicia – Vicente Risco
- Enciclopedia galega. – Vários
- Enciclopedia Larousse. - Vários
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
A fidalguia galega de Otero Pedrayo
A FIDALGUIA GALEGA DE OTERO PEDRAYO
Sermos mais nós passa por umha profunda reflexom do ser galego na sua integridade como naçom e reflectando no indivíduo heterogêneo. A idade de Fidalguia em O.Pedrayo plasma-se na sua narraçom “O Fidalgo” mas vivem na sua pessoa até a sua morte. Se extraímos a essência da obra oteriana, veremos a trifuncionalidade como algo a reconstruir na sociedade galega, vista por fim desde o ponto aristocrático.
No século XIV, a nobreza galega debatia-se, faustica, numha guerra civil peninsular: Pedro O Cruel e Henrique de Trastamara atrairom a atençom da Hispania Baixo Medieval. E os galegos jogarom também, e perderom. Os partidários de D. Pedro I tiverom longas e duras persecuçons das quais sairiam beneficiados as casas castelans maioritáriamente, (além de tudo nacionalismo fácil e demagógico) que iriam sustituindo à já feble aristocracia galega medieval, ensombrecida pelo poder eclesiástico no recanto norocidental. Logo vinherom as revoltas dos Irmandinhos a meiados do século XV, que luitariam contra essa nova nobreza e parte da galega supervivente (já fidalguia). Por se fosse pouco, o bando que jogamos a finais do mesmo século por Joana a Beltraneja contra a Rainha Católica acabou por sepultar a elite social, que históricamente toca-lhe viver como facheira da harmonia dessa mesma sociedade: Igreja-Nobreza- -Campesinhado/Homem productor. Rachado o cordom umbilical desse entremeio social, Galiza houvo de agachar a cervical entre umha nobreza “alheia” e em franca decadência e umha Igreja que se ia isolando e desgaleguizando (unificaçom das Ordes desde Valladolid ao longo so século XV-XVI). Só o campesinhado mais ilhado ainda guardou o que a sua forte memória podia armacenar: essa é a Galiza na qual vivemos hoje. Cumpria, no século XIX, voltar às raigames espirituais e materiais que nos afirmam e diferenciam como naçom. Dentro dumha reconstrucçom total como povo, a trifuncionalidade social é um facto do qual os galeguistas ainda nom somos conscientes da sua verdadeira dimensom histórica e político-social.
O tempo de Otero Pedrayo, é em parte semelhante ao nosso: umha repressom da tarefa e protagonismo do agro como fonte de producçom e cultura tradicional, umha pujante revoluçom industrial que favoresce a criaçom dumha forte burguesia urbana que conleva irremisívelmente a umha sustituçom de valores sociais e espirituais entre o novo (o que já está) e a resistência do “Ancient Régime” com as suas próprias hierarquias de valores sustantivizadas no caso galego com a miragreira supervivência dumha caste fidalga nom completamente galega mas si galega- que serve de referência meta-histórica a umha funçom guerreira e heróica, cavaleiresca no seo dumha sociedade em franca crise integral.
Otero Pedrayo parte da corrente do seu intre histórico: O nacionalismo historicista do século XIX que vivia na terceira funçom e no Campesinhado, sobre-tudo, a arca onde se guardava a sabiduria dos nossos antergos, as tradiçons mais puras que ainda nom podiam restar. Penso que esta actitude está justificada perante a pirrica presença da nobreza “de segunda”, galega e diante da monstruosa “dictadura” do ambiente capitalista, social, cultural, econômico e político. A cidade vence à aldeia, é mais, vence ao paço. Hoje, derrotado o campesinhado parece-me mais oportuno o voltar a umha nova conceptualizaçom do trifuncional para saber procurar em tudos os seus elementos sociais o que mais nos achegue à nossa consciência nacional e colectiva: o agrarismo romântico finou já há muito tempo.
Castelao nom via muito claro tudas estas apreciaçons que Otero avantalhara a Risco nestas consideraçons nada nímias. Pedrayo é dos únicos da geraçom “Nós” que defende a “capa e a espada” (nada melhor dito) ao fidalgo tenente de terras, diferenciando-o muito bem do cacique neo-fidalgo de extraçom (a burguesia, como muito bem sulinha O.Pedrayo é um erro saído da própria sociedade: nom cumpre o papel que lhe corresponde na sociedade, pois meiante o benefício material, ascende ao cúmio da hierarquia, sendo esse meio, “ilegal” à hora de estabelecer umha hierarquia natural na sociedade, agás poucas excepçons. Um fidalgo pode ser pobre, mas rico (os “ricos homens” medievais) contra o que a política e intelectualmente luitam (a acçom como elemento tangível da segunda caste, cavaleiresca) desde as Irmandades da Fala ou o Partido Galeguista.
Nos primeiros anos da década dos 20 deste século, Otero escreve umha das narraçons mais evocadoras e que ciquais botava em falha a literatura (e a história) galega, como reflexo dessa necessidade de reconstrucçom integral da sociedade galega. E por isso nada melhor que a criaçom de arquétipos esquecidos na memória dumha naçom, a construcçom de “mitos”, como diria Risco para que Ys volte à superfície dumha vez para sempre. Baixo estas categorias jungianas, Pedrayo tenta reviver em pleno século XX, o que já Valle-Inclán, como galego tentara defender como Marquês de Bradomim, como carlista, como monárquico tradicional, mas ciquais tudo fosse umha estética (que algo é algo), para o Vila-Garciano de brancas barbas ainda seriamos injustos se assim o julgáramos categoricamente.
Mas o nosso Ourensá, sabe estabelecer categorias, bases ideológicas, (a diferência de Valle-Inclan ), sobre as que defender o guerreiro dos paços, ao homem heideggeriano que tenta estar mais aló do bem e do mal, mais aló do pecado. Ir percorrendo detalhadamente esta obra mestra da narrativa (muito avançada para a sua época) galega será para mim um prazer infindo.
Em “O Fidalgo” , D. Ramóm da Galiza (como o definia Blanco Amor) a esegese nietzscheana tem cabida com um cristianismo heterodoxo respeitável com o passado pagano dos seus antergos (nom esquezamos a épica pagana, heróica é fundamentalmente guerreira e mística): a fortaleça de corpo (nom sabia o que era umha doença, p.8 ), (1), a sua falha de espírito religioso e passivo que iam contra a sua indiosincrássia: “demorou-se muito nos clássicos, turrava-lhe muito a caste. E por tudo isto nom quixo ordear” (p.8 ). Este espírito de luita nom verá tampouco no religioso umha contradiçom mas si umha contemplaçom; dumha banda, os seus estudos em Fonseca, as suas visitas a Santa Clara (sabida é admiraçom de D.Ramóm por Sam Francisco), o ambiente religioso (daquela) das ruas da Compostela choiventa, ou a Igreja das Freiras onde conheceu a dona Rosinda nom se contraponhem à caça heróica (que nada tem que ver com a de hoje, “deportiva e anti-ecológica, de “satisfacçom” lúdica), a força cavaleiresca contra dos tiranos e mal-perdedores, ao combate ideológico com a burguesia prestamista e comerciante, às histórias de lobos e genealogias das que fala ao longo desta breve e rica narraçom.
O pai de D. Joham é a tradiçom perpétua, o agarimo ousado e viril (verdadeiramente viril e nom de “macho ibérico”), o que transmite a força dos da sua caste, com a mirada, com a pipa centenária de carvalho (árvore: simbologia do genealógico, as árvore sagrada céltica, o inmorrente, a tradiçom unânime de novo), o brador dos dous rios (pai e filho) que se escuita fora do paço (p.9). Ali estam os dous, a criança olhando para as serpes de fume, o velho de longas barbas (sabiduria) com o seu “império da voz” quando fala aos criados, (p.10) num ambiente de silêncio e contemplaçom activa: o velho está-se a despedir (cronológicamente, o autor indica o débalo da fidalguia com anos, 1835, 1855, ... é dizer,tenta um sentido histórico que vai mais alô do anecdótico plasmando umha transformaçom temporal e real, vivencial, social) da frol da sua caste, o seu filho (p.10).
A família cobra pois umha nova dimensom na obra oteriana sublinhando-nos que é o sangue, a descendência o que faze que um “nom morra nunca” pois perpetua-se, pela herdança ao longo dos séculos, os séculos escuros que lhe tocaram viver aos seus descendentes. O bom nele que o fidalgo tem que cumprires na sociedade de súbditos e superiores dos que se arrodea está assegurado, pois na harmonia e equilíbrio social é no que se baseia qualquer estamento da sociedade: o abuso de qualqueira delas é suficiente para que essa sociedade entre num débalo ao melhor irreparável e assim os “Que grande cavaleiro!” que ao longo da obra aparescem em boca de campesinhos e cidadans som o leiv-motiv da existência da benfeitura dessa orde social, que cumpre bem no seu papel, o Fidalgo: Frase para epitáfio: “É precisso cruzar chairas temerosas de lobos; antes de se acougar ao lume dos paços” (p.13).
Assim, a vida cotiá de fidalgo é um “rito” (nom no sentido mais sagrado da verba, bem entendido) umha ceremónia, lembremos a chegada majestuosa do filho no quarto onde morre o seu pai (que se confessa como “um rei cristiã”) como “bom seguidor da caste” (p.12) e a mão no ombreiro do pai ao seu filho sucessor qual rito estabelecido por Raimundo Lluio. Ainda hoje estremecemo-nos quando um amigo de confiança deposita em nós umha forte responsabilidade e efectua umha ceremónia do ombreiro. A morte do pai (o pai como vencelho aos antergos, só um vencelho nom um “amor” familiar próprio da mentalidade reducionista burguesa da qual participamos hoje).
Se a estética pode ser o reflexo de algo que lateja no interior, mais importante é sem dúvida o seu comportamento com os que arrodeam: serenidade, o equilíbrio aristocrático, a aureola com que D. Joham se passeia pelas ruas compostelanas ou montando a cavalo, a sua superioridade que nom é essa “superioridade sem decatar-se delo” (p.14) como poucas vezes lim noutros sítios à hora de definir o estilo dum aristocrata, pois os prejuiços quando leio e falo com alguém destes temas nom som poucos, pois partem dum conceito, para mim, errôneo da hierarquia social, aspeito que ignoram ou negam pelo medo que lhe tenhem à palavra em questom.
Mentres, o fidalginho espigado, alto (a altura como signo de distinçom nobre ainda que nom única) rube as ascadas das Praterias de Compostela, falando de genealogias (p.15) ou namorando à que ia ser a sua mulher. É importante sobrancear que a conhece “ao entrar numha pequena igreja das freiras para fazer algumha barbaridade” (p.14) acaso o D. Joham de Tirso de Molina e o D. Joham oteriano nom nos leva a algumha afinidade quando ouvimos falar dum D. Joham e a verba freiras? O mito de D. Joham suevo e galaico revive umha vez mais, como diria Ramiro de Maeztu (2) Dom Joham estremecendo-se entre os quadros de homens ilustres, da sua linhagem, homens sérios em quadros que Rosinda irá comparando para saber de onde vem o seu filho, com quem tem semelhança dumha maneira natural que hoje causariam arrepio a mais dum, esses retratos que ainda ficam nas nossas velhas casas, esses rostros serenos e extranos que tenhem mais de nós do que cremos. A sensibilidade de Otero Pedrayo chega a cúmios que fazem tremer ao mais insensível: para comprender a Otero Pedrayo há que se espir.
Voltemos a inocência parsifaliana, ao “inocente puro”, ao nécio puro, a essa infância sem maldade do adulto D. Joham que tem filhos ilegítimos e que nom pode deixar que morra o seu bastardo ( o bastardo tem direito a Brasom mas com banda diagonal de identificaçom de bastardia, nom o obviemos) vendo neste episódio a franqueza e a compreensom de Rosinda e sem embargo: “Que grande Cavaleiro!” e já no 1875, enveja dos senhores da Vila, fome dos curas e prestamistas (p.18 ), esse enjiçar simples das cousas que faze que os cregos-paganos de Otero julgem com sensibilidade (p.19): “D. Joham peca com a singeleza dumha criança”, diziam os abades severos oterianos.
Sabida é capacidade das almas nobres para entender signos e simbologias que nos rodeiam dia a dia (“o mundo está cheio de símbolos esperando a que nós lhes deamos um sentido” dizia F.Nietzsche) e o fidalgo lê histórias de javarins, de outra gente e das suas próprias caças, as setenta e sete cabeças do lobo que atopam no Brasom dos Moscoso, o seu cam “Soult” ao qual nom pode fazer outra cousa que matar quando antes delo o iria percurar para falar entre eles dous. A natureza semelha umha aliada e nom umha inimiga ou umha fonte de riqueza para produzir benefícios. Daqui xurde a diferente mentalidade entre o homem da vila, comerciante e o fidalgo contemplador e luitador, aqueles ganham terreno (que Pedrayo sublinha cronológicamente) nom só no seu próprio eido de acçom (a vila), senom que iram transformando a vida do próprio aristocrata: um carro (no canto do cavalo), passa muito tempo em Compostela, nom tem dinheiro para renovar (palavra extrana para um fidalgo) a sua cavana gandeira, empresta dinheiro e o dá desinteresadamente a “uns amigos da vila” que semelham ser boas pessoas (e que logo o enganaram), acode com “amigos” da cidade e burgueses a casas que eles mesmos modernizam e nas quais “o amo nom sabia ler os escudos” (p.26), amores perdidos pero que D. Joham oculta ao nom ir pelas ruas (Rua Nova e Vilar de Compostela) de gente devota, (“nom se pode chamar a atençom da gente devota” p.25) num nobre detalhe à religiosidade, porém “o fidalgo sempre olha para o céu”, (p.25), e o pergameo e o mel agachados nos paços da burguesia pujante significam o oculto, o perenne, “O símbolo dos bons tempos, a honradeza da Tradiçom, o tesouro da casa,(contra do conceito burguês e actual “tesouro”), o mel suave das avoas e das abelhas que zugam nos jardins antigos e lozem como pintas azadas de ouro no fundo de gules dos escudos!”.
Um mundo derruba-se e é sustituido por outro péndulo do Eterno Retorno, nom há nada que fazer contra o Destino ainda que sejamos Prometeos so século XXI. D. Joham nom pode viver neste tempo, nom tem dor, nunca tivo a dor que agora lhe sacude o corpo e a alma, a nobreza nom conhece sofrimento físico, morre-se e já está: D. Joham suicida-se como fizera com o cam, sem vanidade (sic) sem pecado. A era do Kali-Yuga agacha o momento incluso na sepultura do insigne fidalgo: umha sombra de mármore dum protagonista vence para nom vencer, derrota para ser derrotado.
A “Geraçom Nós” tenta estabelecer umha nova elite, umha nova e antiga aristocracia que lateja ainda inmorrente na alma galega. Cequais “O Fidalgo” poida ser o revulsivo literário para encetar esta longa e secular andaina, cequais nom seja este modelo oteriano o que haja que seguir literalmente mas si pagou a pena que os luitadores intelectuais de primeiros de século XX combatiram nesse “Ocaso dos Deuses” chamado Guerra Civil para que logo dela rexurdira umha verdadeira Galiza que se resiste a ser só milheiros e milheiros de labregos e emigrantes dominados por capitais e gentes alheias a nós mesmos. Necessitamos esse espírito quixoteiro que nos falha, a tarefa é longa e titânica mas nom impossível. Obrigado pela sua mensagem, D. Ramóm, a história dá-nos essa oportunidade para demonstrar, para fechar esse círculo que nunca se fechou na consciência nacional galaica: SERMOS MAIS NÓS.
Notas:
(1) Para o comentário desta obra empregamos a ediçom, nom tudo o coidada que se quereria de Otero Pedrayo, Ramóm, o Fidalgo e outras narraçons. Biblioteca Básica da Cultura Galega. Galaxia, Vigo, 1982, e o especial de A NOSA TERRA. A sombra inmensa de Otero Pedrayo, Extra nº8, Vigo, 1988
(2) Maeztu,Ramiro, D.Juan, La Celestina y El Quijote. Espasa-Calpe, Colecçom Austral.
Sermos mais nós passa por umha profunda reflexom do ser galego na sua integridade como naçom e reflectando no indivíduo heterogêneo. A idade de Fidalguia em O.Pedrayo plasma-se na sua narraçom “O Fidalgo” mas vivem na sua pessoa até a sua morte. Se extraímos a essência da obra oteriana, veremos a trifuncionalidade como algo a reconstruir na sociedade galega, vista por fim desde o ponto aristocrático.
No século XIV, a nobreza galega debatia-se, faustica, numha guerra civil peninsular: Pedro O Cruel e Henrique de Trastamara atrairom a atençom da Hispania Baixo Medieval. E os galegos jogarom também, e perderom. Os partidários de D. Pedro I tiverom longas e duras persecuçons das quais sairiam beneficiados as casas castelans maioritáriamente, (além de tudo nacionalismo fácil e demagógico) que iriam sustituindo à já feble aristocracia galega medieval, ensombrecida pelo poder eclesiástico no recanto norocidental. Logo vinherom as revoltas dos Irmandinhos a meiados do século XV, que luitariam contra essa nova nobreza e parte da galega supervivente (já fidalguia). Por se fosse pouco, o bando que jogamos a finais do mesmo século por Joana a Beltraneja contra a Rainha Católica acabou por sepultar a elite social, que históricamente toca-lhe viver como facheira da harmonia dessa mesma sociedade: Igreja-Nobreza- -Campesinhado/Homem productor. Rachado o cordom umbilical desse entremeio social, Galiza houvo de agachar a cervical entre umha nobreza “alheia” e em franca decadência e umha Igreja que se ia isolando e desgaleguizando (unificaçom das Ordes desde Valladolid ao longo so século XV-XVI). Só o campesinhado mais ilhado ainda guardou o que a sua forte memória podia armacenar: essa é a Galiza na qual vivemos hoje. Cumpria, no século XIX, voltar às raigames espirituais e materiais que nos afirmam e diferenciam como naçom. Dentro dumha reconstrucçom total como povo, a trifuncionalidade social é um facto do qual os galeguistas ainda nom somos conscientes da sua verdadeira dimensom histórica e político-social.
O tempo de Otero Pedrayo, é em parte semelhante ao nosso: umha repressom da tarefa e protagonismo do agro como fonte de producçom e cultura tradicional, umha pujante revoluçom industrial que favoresce a criaçom dumha forte burguesia urbana que conleva irremisívelmente a umha sustituçom de valores sociais e espirituais entre o novo (o que já está) e a resistência do “Ancient Régime” com as suas próprias hierarquias de valores sustantivizadas no caso galego com a miragreira supervivência dumha caste fidalga nom completamente galega mas si galega- que serve de referência meta-histórica a umha funçom guerreira e heróica, cavaleiresca no seo dumha sociedade em franca crise integral.
Otero Pedrayo parte da corrente do seu intre histórico: O nacionalismo historicista do século XIX que vivia na terceira funçom e no Campesinhado, sobre-tudo, a arca onde se guardava a sabiduria dos nossos antergos, as tradiçons mais puras que ainda nom podiam restar. Penso que esta actitude está justificada perante a pirrica presença da nobreza “de segunda”, galega e diante da monstruosa “dictadura” do ambiente capitalista, social, cultural, econômico e político. A cidade vence à aldeia, é mais, vence ao paço. Hoje, derrotado o campesinhado parece-me mais oportuno o voltar a umha nova conceptualizaçom do trifuncional para saber procurar em tudos os seus elementos sociais o que mais nos achegue à nossa consciência nacional e colectiva: o agrarismo romântico finou já há muito tempo.
Castelao nom via muito claro tudas estas apreciaçons que Otero avantalhara a Risco nestas consideraçons nada nímias. Pedrayo é dos únicos da geraçom “Nós” que defende a “capa e a espada” (nada melhor dito) ao fidalgo tenente de terras, diferenciando-o muito bem do cacique neo-fidalgo de extraçom (a burguesia, como muito bem sulinha O.Pedrayo é um erro saído da própria sociedade: nom cumpre o papel que lhe corresponde na sociedade, pois meiante o benefício material, ascende ao cúmio da hierarquia, sendo esse meio, “ilegal” à hora de estabelecer umha hierarquia natural na sociedade, agás poucas excepçons. Um fidalgo pode ser pobre, mas rico (os “ricos homens” medievais) contra o que a política e intelectualmente luitam (a acçom como elemento tangível da segunda caste, cavaleiresca) desde as Irmandades da Fala ou o Partido Galeguista.
Nos primeiros anos da década dos 20 deste século, Otero escreve umha das narraçons mais evocadoras e que ciquais botava em falha a literatura (e a história) galega, como reflexo dessa necessidade de reconstrucçom integral da sociedade galega. E por isso nada melhor que a criaçom de arquétipos esquecidos na memória dumha naçom, a construcçom de “mitos”, como diria Risco para que Ys volte à superfície dumha vez para sempre. Baixo estas categorias jungianas, Pedrayo tenta reviver em pleno século XX, o que já Valle-Inclán, como galego tentara defender como Marquês de Bradomim, como carlista, como monárquico tradicional, mas ciquais tudo fosse umha estética (que algo é algo), para o Vila-Garciano de brancas barbas ainda seriamos injustos se assim o julgáramos categoricamente.
Mas o nosso Ourensá, sabe estabelecer categorias, bases ideológicas, (a diferência de Valle-Inclan ), sobre as que defender o guerreiro dos paços, ao homem heideggeriano que tenta estar mais aló do bem e do mal, mais aló do pecado. Ir percorrendo detalhadamente esta obra mestra da narrativa (muito avançada para a sua época) galega será para mim um prazer infindo.
Em “O Fidalgo” , D. Ramóm da Galiza (como o definia Blanco Amor) a esegese nietzscheana tem cabida com um cristianismo heterodoxo respeitável com o passado pagano dos seus antergos (nom esquezamos a épica pagana, heróica é fundamentalmente guerreira e mística): a fortaleça de corpo (nom sabia o que era umha doença, p.8 ), (1), a sua falha de espírito religioso e passivo que iam contra a sua indiosincrássia: “demorou-se muito nos clássicos, turrava-lhe muito a caste. E por tudo isto nom quixo ordear” (p.8 ). Este espírito de luita nom verá tampouco no religioso umha contradiçom mas si umha contemplaçom; dumha banda, os seus estudos em Fonseca, as suas visitas a Santa Clara (sabida é admiraçom de D.Ramóm por Sam Francisco), o ambiente religioso (daquela) das ruas da Compostela choiventa, ou a Igreja das Freiras onde conheceu a dona Rosinda nom se contraponhem à caça heróica (que nada tem que ver com a de hoje, “deportiva e anti-ecológica, de “satisfacçom” lúdica), a força cavaleiresca contra dos tiranos e mal-perdedores, ao combate ideológico com a burguesia prestamista e comerciante, às histórias de lobos e genealogias das que fala ao longo desta breve e rica narraçom.
O pai de D. Joham é a tradiçom perpétua, o agarimo ousado e viril (verdadeiramente viril e nom de “macho ibérico”), o que transmite a força dos da sua caste, com a mirada, com a pipa centenária de carvalho (árvore: simbologia do genealógico, as árvore sagrada céltica, o inmorrente, a tradiçom unânime de novo), o brador dos dous rios (pai e filho) que se escuita fora do paço (p.9). Ali estam os dous, a criança olhando para as serpes de fume, o velho de longas barbas (sabiduria) com o seu “império da voz” quando fala aos criados, (p.10) num ambiente de silêncio e contemplaçom activa: o velho está-se a despedir (cronológicamente, o autor indica o débalo da fidalguia com anos, 1835, 1855, ... é dizer,tenta um sentido histórico que vai mais alô do anecdótico plasmando umha transformaçom temporal e real, vivencial, social) da frol da sua caste, o seu filho (p.10).
A família cobra pois umha nova dimensom na obra oteriana sublinhando-nos que é o sangue, a descendência o que faze que um “nom morra nunca” pois perpetua-se, pela herdança ao longo dos séculos, os séculos escuros que lhe tocaram viver aos seus descendentes. O bom nele que o fidalgo tem que cumprires na sociedade de súbditos e superiores dos que se arrodea está assegurado, pois na harmonia e equilíbrio social é no que se baseia qualquer estamento da sociedade: o abuso de qualqueira delas é suficiente para que essa sociedade entre num débalo ao melhor irreparável e assim os “Que grande cavaleiro!” que ao longo da obra aparescem em boca de campesinhos e cidadans som o leiv-motiv da existência da benfeitura dessa orde social, que cumpre bem no seu papel, o Fidalgo: Frase para epitáfio: “É precisso cruzar chairas temerosas de lobos; antes de se acougar ao lume dos paços” (p.13).
Assim, a vida cotiá de fidalgo é um “rito” (nom no sentido mais sagrado da verba, bem entendido) umha ceremónia, lembremos a chegada majestuosa do filho no quarto onde morre o seu pai (que se confessa como “um rei cristiã”) como “bom seguidor da caste” (p.12) e a mão no ombreiro do pai ao seu filho sucessor qual rito estabelecido por Raimundo Lluio. Ainda hoje estremecemo-nos quando um amigo de confiança deposita em nós umha forte responsabilidade e efectua umha ceremónia do ombreiro. A morte do pai (o pai como vencelho aos antergos, só um vencelho nom um “amor” familiar próprio da mentalidade reducionista burguesa da qual participamos hoje).
Se a estética pode ser o reflexo de algo que lateja no interior, mais importante é sem dúvida o seu comportamento com os que arrodeam: serenidade, o equilíbrio aristocrático, a aureola com que D. Joham se passeia pelas ruas compostelanas ou montando a cavalo, a sua superioridade que nom é essa “superioridade sem decatar-se delo” (p.14) como poucas vezes lim noutros sítios à hora de definir o estilo dum aristocrata, pois os prejuiços quando leio e falo com alguém destes temas nom som poucos, pois partem dum conceito, para mim, errôneo da hierarquia social, aspeito que ignoram ou negam pelo medo que lhe tenhem à palavra em questom.
Mentres, o fidalginho espigado, alto (a altura como signo de distinçom nobre ainda que nom única) rube as ascadas das Praterias de Compostela, falando de genealogias (p.15) ou namorando à que ia ser a sua mulher. É importante sobrancear que a conhece “ao entrar numha pequena igreja das freiras para fazer algumha barbaridade” (p.14) acaso o D. Joham de Tirso de Molina e o D. Joham oteriano nom nos leva a algumha afinidade quando ouvimos falar dum D. Joham e a verba freiras? O mito de D. Joham suevo e galaico revive umha vez mais, como diria Ramiro de Maeztu (2) Dom Joham estremecendo-se entre os quadros de homens ilustres, da sua linhagem, homens sérios em quadros que Rosinda irá comparando para saber de onde vem o seu filho, com quem tem semelhança dumha maneira natural que hoje causariam arrepio a mais dum, esses retratos que ainda ficam nas nossas velhas casas, esses rostros serenos e extranos que tenhem mais de nós do que cremos. A sensibilidade de Otero Pedrayo chega a cúmios que fazem tremer ao mais insensível: para comprender a Otero Pedrayo há que se espir.
Voltemos a inocência parsifaliana, ao “inocente puro”, ao nécio puro, a essa infância sem maldade do adulto D. Joham que tem filhos ilegítimos e que nom pode deixar que morra o seu bastardo ( o bastardo tem direito a Brasom mas com banda diagonal de identificaçom de bastardia, nom o obviemos) vendo neste episódio a franqueza e a compreensom de Rosinda e sem embargo: “Que grande Cavaleiro!” e já no 1875, enveja dos senhores da Vila, fome dos curas e prestamistas (p.18 ), esse enjiçar simples das cousas que faze que os cregos-paganos de Otero julgem com sensibilidade (p.19): “D. Joham peca com a singeleza dumha criança”, diziam os abades severos oterianos.
Sabida é capacidade das almas nobres para entender signos e simbologias que nos rodeiam dia a dia (“o mundo está cheio de símbolos esperando a que nós lhes deamos um sentido” dizia F.Nietzsche) e o fidalgo lê histórias de javarins, de outra gente e das suas próprias caças, as setenta e sete cabeças do lobo que atopam no Brasom dos Moscoso, o seu cam “Soult” ao qual nom pode fazer outra cousa que matar quando antes delo o iria percurar para falar entre eles dous. A natureza semelha umha aliada e nom umha inimiga ou umha fonte de riqueza para produzir benefícios. Daqui xurde a diferente mentalidade entre o homem da vila, comerciante e o fidalgo contemplador e luitador, aqueles ganham terreno (que Pedrayo sublinha cronológicamente) nom só no seu próprio eido de acçom (a vila), senom que iram transformando a vida do próprio aristocrata: um carro (no canto do cavalo), passa muito tempo em Compostela, nom tem dinheiro para renovar (palavra extrana para um fidalgo) a sua cavana gandeira, empresta dinheiro e o dá desinteresadamente a “uns amigos da vila” que semelham ser boas pessoas (e que logo o enganaram), acode com “amigos” da cidade e burgueses a casas que eles mesmos modernizam e nas quais “o amo nom sabia ler os escudos” (p.26), amores perdidos pero que D. Joham oculta ao nom ir pelas ruas (Rua Nova e Vilar de Compostela) de gente devota, (“nom se pode chamar a atençom da gente devota” p.25) num nobre detalhe à religiosidade, porém “o fidalgo sempre olha para o céu”, (p.25), e o pergameo e o mel agachados nos paços da burguesia pujante significam o oculto, o perenne, “O símbolo dos bons tempos, a honradeza da Tradiçom, o tesouro da casa,(contra do conceito burguês e actual “tesouro”), o mel suave das avoas e das abelhas que zugam nos jardins antigos e lozem como pintas azadas de ouro no fundo de gules dos escudos!”.
Um mundo derruba-se e é sustituido por outro péndulo do Eterno Retorno, nom há nada que fazer contra o Destino ainda que sejamos Prometeos so século XXI. D. Joham nom pode viver neste tempo, nom tem dor, nunca tivo a dor que agora lhe sacude o corpo e a alma, a nobreza nom conhece sofrimento físico, morre-se e já está: D. Joham suicida-se como fizera com o cam, sem vanidade (sic) sem pecado. A era do Kali-Yuga agacha o momento incluso na sepultura do insigne fidalgo: umha sombra de mármore dum protagonista vence para nom vencer, derrota para ser derrotado.
A “Geraçom Nós” tenta estabelecer umha nova elite, umha nova e antiga aristocracia que lateja ainda inmorrente na alma galega. Cequais “O Fidalgo” poida ser o revulsivo literário para encetar esta longa e secular andaina, cequais nom seja este modelo oteriano o que haja que seguir literalmente mas si pagou a pena que os luitadores intelectuais de primeiros de século XX combatiram nesse “Ocaso dos Deuses” chamado Guerra Civil para que logo dela rexurdira umha verdadeira Galiza que se resiste a ser só milheiros e milheiros de labregos e emigrantes dominados por capitais e gentes alheias a nós mesmos. Necessitamos esse espírito quixoteiro que nos falha, a tarefa é longa e titânica mas nom impossível. Obrigado pela sua mensagem, D. Ramóm, a história dá-nos essa oportunidade para demonstrar, para fechar esse círculo que nunca se fechou na consciência nacional galaica: SERMOS MAIS NÓS.
Notas:
(1) Para o comentário desta obra empregamos a ediçom, nom tudo o coidada que se quereria de Otero Pedrayo, Ramóm, o Fidalgo e outras narraçons. Biblioteca Básica da Cultura Galega. Galaxia, Vigo, 1982, e o especial de A NOSA TERRA. A sombra inmensa de Otero Pedrayo, Extra nº8, Vigo, 1988
(2) Maeztu,Ramiro, D.Juan, La Celestina y El Quijote. Espasa-Calpe, Colecçom Austral.
A mitologia em Pondal
A MITOLOGIA EM PONDAL
O melhor da poesia pondaliana há que procurâ-lo sem dúvida no breve volume de “Queixumes dos pinos” . Os ritmos sinxelos, as estrofas sonoras e quentes, os intensos latexos do texto, reflexam a baruda voz do poeta. A mítica raizame da tradiçom celta mostra-se expresada nessa voz. Forom os poemas gaélicos os que lhe emprestarom a Pondal o amor à natureza salvagem, o ar de senhardade e afastamento, a reverência pólos feitos gloriosos anteriores à história.
Quando o dolmem de Dombate fala-lhe de tempos recuados, umha tensa ledícia alampa-lhe o peito. O Val de Brantoa, amado dos celtas, desperta-lhe o som de muitas lonjanas lembranças. No mundo da sua paisagem rejurdem velhos ecos das castinheiras de Dormeá, da Campá de Brandomil, ou do garrido castro Nemenço. As musas vistem, no verso pondaliano, tragens ancestrais, e dançam ao acougo das acinheiras sagras a cançon inmorrente ouverá. Noutros momentos tremem os marmúrios do pinheiral de Telha, ou os sons evocadores das campa de Anlhons.
Eduardo Pondal, bardo senlheiro, soubo da existência dumha céltia antiga, traduzindo a cifra estelar dos mistérios. Andivo a ler as nom labradas inscripçons nos penedos das terra solar de Bergantinhos para formular a sua profecia. Fixo vibrar nos seus poemas o nosso passado mais escuro e primigênio, entre o soar dos pinheiros e o balbordo do mar. Trouxo assim os acentos do ignorado preteito; cousas que os livros nom conhecerom e que a tradiçom esquecera. Na sua arpa bárdica puxo à nossa terra a cantar. A travês da arpada música revive a naçom esquecida, e os mitos antingem umha seguridade precisa de verdade.
O poeta bergantinham criou umha mitologia peculiar, a sua, a da Galiza. Resucitando a alma do passado, troucou-na em símbolo dumha pátria velha e eterna. Traduciu o espírito integral da terra própria, birlhando como um luzeiro sobre o mar épico dos destinos. Afundiu os olhos e as mãos na memória do pretérito, e arrincou dela um magnífico botim. Para Pondal, o sentido do mundo era geológico e racial. A paisagem mete-se no cerne da sua poesia. Em ocasons, mesmo semelha que a heroicidade desta é obra do vento. O vento e o mar dam-lhe o seu tom. Só uns pulmons tam rexos puiderom oferecer, sem alentar, tam lonja e aoesa proclama. Trata-se do berro mais expresivo e verdadeiro da natureza galega. A sua voz era a voz dos penedos e dos cons, namorada dos horizontes mareiros. E misturado com ela, o fundo amor ao segredo das gândaras e as branhas.
Os topônimos que reverdez o verso pondaliano guindam-se desde as penedias ao paronama do mar presentido, ou presente, em sinfonia de farallons. Mas emparelham-se também pela ribeira das labranças, pelo terreio preto e calmoso, ourizado pelo rio e animado pólo borborinho dos pinheirais. Som os caminhos e as vertentes de Neminha, Muxia, Morpeguite, Corcubiom, Camarinhas, Coucieiro, Bergantinhos, Suxo. Som os baixios de Camelhe, Corme, Lagem, Ponte-Ceso. Os povos, os lares, os cabos, os cons, prestam-lhes os seus eufônicos nomes à mitologia do poeta. E este re-descobre a velha linhagem que na paisagem asentou as suas expresivas amosas.
O autor de Queixumes dos Pinos sentiu a fonda arela de se ceivar da lama, e ser espírito. Anceiava misturar-se com a natureza, com a do mar bravo na que se guarda a consciência cósmica. Na terra de Xalhas, cenário desta soidade guindou o seu berro baril. Despertou-no um bater de ás salvagens; envejava aos corvos, e queria, esquecido dos homens e do tempo, vagar pela gândara para se atopar mais perto da própria alma. Nos seus poemas, por outra banda, sobranceia o acento profético que o conmoveu. Deu a conhecer a essência primordial, no que tem de baruda, de magnificamente criadora. Esculcou no passado, mas com aceio posto nas energias da vida. Preferiu sempre a soberba intranquilidade do espírito à inquietude apagada da matéria.
Antes que nada, Dom Eduardo Pondal foi intensidade. Encheu a sua obra de tam rexa actitude de viver, que o seu aceno eterniza-se numha encarnaçom de lenda. Foi um sentidor do mundo celta, um poeta de rexo cerne, umha voz funda acugulada de saudade cósmica. Poderia equipar-se a Galiza, com cuia extrana mesturou-se. Por isso, como dixo alguém, os trenos pondalianos fizerom época na história galega; derom a pauta para pescudar as razons históricas que insuflarom vida à realidade geográfica da nossa naçom.
O melhor da poesia pondaliana há que procurâ-lo sem dúvida no breve volume de “Queixumes dos pinos” . Os ritmos sinxelos, as estrofas sonoras e quentes, os intensos latexos do texto, reflexam a baruda voz do poeta. A mítica raizame da tradiçom celta mostra-se expresada nessa voz. Forom os poemas gaélicos os que lhe emprestarom a Pondal o amor à natureza salvagem, o ar de senhardade e afastamento, a reverência pólos feitos gloriosos anteriores à história.
Quando o dolmem de Dombate fala-lhe de tempos recuados, umha tensa ledícia alampa-lhe o peito. O Val de Brantoa, amado dos celtas, desperta-lhe o som de muitas lonjanas lembranças. No mundo da sua paisagem rejurdem velhos ecos das castinheiras de Dormeá, da Campá de Brandomil, ou do garrido castro Nemenço. As musas vistem, no verso pondaliano, tragens ancestrais, e dançam ao acougo das acinheiras sagras a cançon inmorrente ouverá. Noutros momentos tremem os marmúrios do pinheiral de Telha, ou os sons evocadores das campa de Anlhons.
Eduardo Pondal, bardo senlheiro, soubo da existência dumha céltia antiga, traduzindo a cifra estelar dos mistérios. Andivo a ler as nom labradas inscripçons nos penedos das terra solar de Bergantinhos para formular a sua profecia. Fixo vibrar nos seus poemas o nosso passado mais escuro e primigênio, entre o soar dos pinheiros e o balbordo do mar. Trouxo assim os acentos do ignorado preteito; cousas que os livros nom conhecerom e que a tradiçom esquecera. Na sua arpa bárdica puxo à nossa terra a cantar. A travês da arpada música revive a naçom esquecida, e os mitos antingem umha seguridade precisa de verdade.
O poeta bergantinham criou umha mitologia peculiar, a sua, a da Galiza. Resucitando a alma do passado, troucou-na em símbolo dumha pátria velha e eterna. Traduciu o espírito integral da terra própria, birlhando como um luzeiro sobre o mar épico dos destinos. Afundiu os olhos e as mãos na memória do pretérito, e arrincou dela um magnífico botim. Para Pondal, o sentido do mundo era geológico e racial. A paisagem mete-se no cerne da sua poesia. Em ocasons, mesmo semelha que a heroicidade desta é obra do vento. O vento e o mar dam-lhe o seu tom. Só uns pulmons tam rexos puiderom oferecer, sem alentar, tam lonja e aoesa proclama. Trata-se do berro mais expresivo e verdadeiro da natureza galega. A sua voz era a voz dos penedos e dos cons, namorada dos horizontes mareiros. E misturado com ela, o fundo amor ao segredo das gândaras e as branhas.
Os topônimos que reverdez o verso pondaliano guindam-se desde as penedias ao paronama do mar presentido, ou presente, em sinfonia de farallons. Mas emparelham-se também pela ribeira das labranças, pelo terreio preto e calmoso, ourizado pelo rio e animado pólo borborinho dos pinheirais. Som os caminhos e as vertentes de Neminha, Muxia, Morpeguite, Corcubiom, Camarinhas, Coucieiro, Bergantinhos, Suxo. Som os baixios de Camelhe, Corme, Lagem, Ponte-Ceso. Os povos, os lares, os cabos, os cons, prestam-lhes os seus eufônicos nomes à mitologia do poeta. E este re-descobre a velha linhagem que na paisagem asentou as suas expresivas amosas.
O autor de Queixumes dos Pinos sentiu a fonda arela de se ceivar da lama, e ser espírito. Anceiava misturar-se com a natureza, com a do mar bravo na que se guarda a consciência cósmica. Na terra de Xalhas, cenário desta soidade guindou o seu berro baril. Despertou-no um bater de ás salvagens; envejava aos corvos, e queria, esquecido dos homens e do tempo, vagar pela gândara para se atopar mais perto da própria alma. Nos seus poemas, por outra banda, sobranceia o acento profético que o conmoveu. Deu a conhecer a essência primordial, no que tem de baruda, de magnificamente criadora. Esculcou no passado, mas com aceio posto nas energias da vida. Preferiu sempre a soberba intranquilidade do espírito à inquietude apagada da matéria.
Antes que nada, Dom Eduardo Pondal foi intensidade. Encheu a sua obra de tam rexa actitude de viver, que o seu aceno eterniza-se numha encarnaçom de lenda. Foi um sentidor do mundo celta, um poeta de rexo cerne, umha voz funda acugulada de saudade cósmica. Poderia equipar-se a Galiza, com cuia extrana mesturou-se. Por isso, como dixo alguém, os trenos pondalianos fizerom época na história galega; derom a pauta para pescudar as razons históricas que insuflarom vida à realidade geográfica da nossa naçom.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Europa em Vicente Risco
Exposiçom 'Europa em Vicente Risco'
O M.R.A. Gallaecia estivo esta segunda feira 22 de setembro na Casa da Cultura de Monforte de Lemos.
O padroado da Fundaçom Vicente Risco, integrado por diversas instituiçons, em colaboraçom com a Câmara de Monforte, inaugurarom a exposiçom 'Europa em Vicente Risco. Nós in memoriam', que inclui muitos apartados para nós interesantes.
Ali no centro nom há ninguém para atender em quanto à conhecimentos sobre a exposiçom ou mesmo do próprio Risco, somente vas ali a ler o contido dos 23 cartazes. Nas próprias palavras de Risco os temas vam-se explicando, sempre com a ajuda da censura com textos convenentemente seleccionados, de facto na sua casa convertida em museu e livraria pessoal atopam-se tudos os livros do mestre, menos a "Historia de los judíos".
A exposiçom destaca o papel intelectual e político do autor que sentou as bases do nacionalismo galego. Grande conhecedor da vida cultural europeia do momento e das diferentes correntes filosóficas, raciais e religiosas mundiais, Risco tencionou intentou a cultura galega no plano internacional. Além do mais, a exposiçom salienta cronologicamente os dados mais relevantes para o conhecimento da personalidade do mestre.
Adicada a vultos das nossas letras e da nossa história como Antón Losada Diéguez, Castelao, Ramón Otero Pedrayo, Florentino López Cuevillas, Arturo Noguerol, Anxo Casal, para além do próprio Vicente Risco, a exposiçom divide-se nos seguintes apartados:
* Semblante em Vicente Risco
* A crise de Entre-guerras
* As vanguardas
* Fascismo versus comunismo
* A Alemanha de Weimar
* Irlanda-Éire
* Europa versus Espanha
* Importância da formaçom
* A revista Nós
* Saudosismo e Portugal
* A ideia espiritual da Europa
* Atlântida-Atlantismo
* Mundo céltico e ciclo artúrico
* Espírito versus capitalismo
* Naçom versus estado
* As naçons ofendidas
* O idioma como identidade
Para baixar o trabalho da exposiçom enteira em fotografias, prema sobre o seguinte enlaço de descarregamento:
http://www.megaupload.com/?d=CXO6UVGY
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
NS Germanos e Gallaecia
Otto Wilhelm Rahn
Na procura do Santo Graal
A história que o judeu Steven Spielberg levou ao cinema com o título de "A procura do arca perdida" a procura do graal pelos N-S germanos, que supunha um enorme poder, e que tivo para "Hollywood" o exitoso nascimiento da saga do Indiana Jones, é real. E passa pola Gallaecia. Especialmente na Crunha.
Esta história feita mistério, despertou últimamente umha verdadeira febre editorial no estado espanhol. Até tres livros recreiam em clave de cinema "fantástico" o affaire e um deles aventura que a personagem central da trama histórica, o investigador germano Otto Rahn, nom se suicidou no 1939 na montanha sagrada dos cátaros, Montsegur, como estabelece a versom oficial das Waffen SS, às que pertenceu, baixo a batuta pessoal de Himmler, se nom que viviu no estado espanhol baixo um nome falso e faleceu em Vigo. Outros sostenhem que murreu em Madrid no 1975 ou o disparate de que foi assassinado pelos sicários de Himmler pela sua presunta origem judea.
O dato mais relevante sobre esta história nada tem pois de fictício: um documento da Orde Martinista, sociedade secreta esotérica fundada no século XIX em París pelo doutor Papus, crunhés afincado no estado francês que foi médico do Zar nos tempos de Rasputím, na que também militou o próprio Otto Rahn, revela que o "caçador" do gral estivo na Crunha no 1937. A notícia aparesceu numha web martinista quando todos os focos do periodismo centravam-se meses atrás na extrana sociedade depois dumhas polêmicas declaraçons nas que o historiador De la Cierva afirmou numha conversa radiofónica que oito ministros do gabinete de Zapatero eram maçons e que um deles, Bono, “pertencia à oscura Orde Martinista”.
Imagem inédita, cedida por um coleccionista particular, mostra umha homenagem rendido nos 40 a militares N-S germanos soterrados no cemitério crunhés de Sam Amaro, probavelmente víctimas dos encontros navais o aéreos com os ingleses durante a II Guerra Mundial. As tumbas seriam posteriormente repatriadas a Germania.
As claves mitológicas crunhesas
O legendário investigador germano Otto Rahn ,segundo revela recentemente a Orde Martinista, visitou Crunha em 1937 para seguires umha pista que levava à tumba do Apóstolo em Compostela. Rahn permaneceu vários meses na cidade herculina camuflado com a nutrida rede de assistentes militares N-S Germanos que o asesoravam entóm.
Sabe-se que o investigador germano visitou a casa natal do seu mestre martinista no número 13 da rua Olmos ,que ainda segue tal qual, e que rastreou lendas relacionadas com a ruta galaica do Graal. Rahn deixou constáncia num escrito que Gallaecia foi o reino europeu occidental mais antigo —antes que o visigodo com sede na Toulouse— tras a caida do Império Romano e o único país de sustrato céltico que ostenta o graal no seu escudo.
Segundo os martinistas, Rahn interesou-se muito especialmente polas bases etnográficas que sustentam o mito da Piedra do Destino ,a pedra mágica que segundo a lenda foi transportada de Brigantium à Coroa Britânica, sobre a que se coronarom os monarcas ingleses, entre eles a actual Isabel II, e que os estudios esotéricos identificam como Pedra de Enoch ou de Jacob ,o patriarca da estirpe ariana segundo Himmler,. Rahn escribeu esse ano ao chefe das SS um informe no que mostrava a segurança de que era o herege Prisciliano ,decapitado em Tréveris o ano 385 acusado de mago, e nom o apóstolo Santiago quem estava enterrado verdadeiramente no sepulcro da catedral compostelana. Os priscilianistas ,entre eles obispos, constituirom-se na sociedade secreta na Gallaecia a sua morte. Para o ocultista germano, ambos episodios mitológicos crunheses formavam parte do secrego rompe-cabeças do verdadeiro Graal simbólico: isto é, a pista borrada pelos primigénios seguidores cátaros da suposta linhagem humana de Cristo traida a Europa.
Trono da coroaçom británica com a Pedra do Destino levada desde Brigantium
Otto Wilhelm Rahn num acto ritual das Waffen SS
Fritz Krüger
Outro mestre germano, Fritz Krüger estudou sobre a "Galiza vista por um estrangeiro", que conhecia através de longas viagens por terras galaicas. Este fundo conhecedor da linguística e etnografia galaica cobrou recentemente notoriedade a partires de investigaçons que provariam ter sido um agente da inteligência Nacional-Socialista antes e durante a guerra mundial, circunstância absolutamente desconhecida naqueles momentos, nom só pola colectividade galaica, senom também polos políticos republicanos ali presentes. O mestre Krüger era um firme defesor da unidade étnica e lingüística da naçom galaica "lucense, bracarense e asturicense".
Fotografias etnográficas galaicas de Krüger na Gallaecia Asturicense
Sonande, Cangas del Narcea "Arquivo Krüger"
Umha vez mais mostra-se o contacto com as naçons sem reconhecimento, por parte do N-S e sobre tudo pelas Waffen SS. Operavam tradiçons de intercámbio dos grupos de celtólogos alemans, com certo carácter esotérico e com ecos incluso na organizaçom Abnenerbe (Herança dos Antergos), adicada às labores culturais, históricas e arqueológicas dependendo direitamente das SS, ou do interese académico desenrolado entre amplos círculos de lingüistas e etnólogos pelos nacionalismos Euskera, Galego, Catalam, Irlandês ,Escocês...
VIVA GALLAECIA ! VIVA EUROPA !
Na procura do Santo Graal
A história que o judeu Steven Spielberg levou ao cinema com o título de "A procura do arca perdida" a procura do graal pelos N-S germanos, que supunha um enorme poder, e que tivo para "Hollywood" o exitoso nascimiento da saga do Indiana Jones, é real. E passa pola Gallaecia. Especialmente na Crunha.
Esta história feita mistério, despertou últimamente umha verdadeira febre editorial no estado espanhol. Até tres livros recreiam em clave de cinema "fantástico" o affaire e um deles aventura que a personagem central da trama histórica, o investigador germano Otto Rahn, nom se suicidou no 1939 na montanha sagrada dos cátaros, Montsegur, como estabelece a versom oficial das Waffen SS, às que pertenceu, baixo a batuta pessoal de Himmler, se nom que viviu no estado espanhol baixo um nome falso e faleceu em Vigo. Outros sostenhem que murreu em Madrid no 1975 ou o disparate de que foi assassinado pelos sicários de Himmler pela sua presunta origem judea.
O dato mais relevante sobre esta história nada tem pois de fictício: um documento da Orde Martinista, sociedade secreta esotérica fundada no século XIX em París pelo doutor Papus, crunhés afincado no estado francês que foi médico do Zar nos tempos de Rasputím, na que também militou o próprio Otto Rahn, revela que o "caçador" do gral estivo na Crunha no 1937. A notícia aparesceu numha web martinista quando todos os focos do periodismo centravam-se meses atrás na extrana sociedade depois dumhas polêmicas declaraçons nas que o historiador De la Cierva afirmou numha conversa radiofónica que oito ministros do gabinete de Zapatero eram maçons e que um deles, Bono, “pertencia à oscura Orde Martinista”.
Imagem inédita, cedida por um coleccionista particular, mostra umha homenagem rendido nos 40 a militares N-S germanos soterrados no cemitério crunhés de Sam Amaro, probavelmente víctimas dos encontros navais o aéreos com os ingleses durante a II Guerra Mundial. As tumbas seriam posteriormente repatriadas a Germania.
As claves mitológicas crunhesas
O legendário investigador germano Otto Rahn ,segundo revela recentemente a Orde Martinista, visitou Crunha em 1937 para seguires umha pista que levava à tumba do Apóstolo em Compostela. Rahn permaneceu vários meses na cidade herculina camuflado com a nutrida rede de assistentes militares N-S Germanos que o asesoravam entóm.
Sabe-se que o investigador germano visitou a casa natal do seu mestre martinista no número 13 da rua Olmos ,que ainda segue tal qual, e que rastreou lendas relacionadas com a ruta galaica do Graal. Rahn deixou constáncia num escrito que Gallaecia foi o reino europeu occidental mais antigo —antes que o visigodo com sede na Toulouse— tras a caida do Império Romano e o único país de sustrato céltico que ostenta o graal no seu escudo.
Segundo os martinistas, Rahn interesou-se muito especialmente polas bases etnográficas que sustentam o mito da Piedra do Destino ,a pedra mágica que segundo a lenda foi transportada de Brigantium à Coroa Britânica, sobre a que se coronarom os monarcas ingleses, entre eles a actual Isabel II, e que os estudios esotéricos identificam como Pedra de Enoch ou de Jacob ,o patriarca da estirpe ariana segundo Himmler,. Rahn escribeu esse ano ao chefe das SS um informe no que mostrava a segurança de que era o herege Prisciliano ,decapitado em Tréveris o ano 385 acusado de mago, e nom o apóstolo Santiago quem estava enterrado verdadeiramente no sepulcro da catedral compostelana. Os priscilianistas ,entre eles obispos, constituirom-se na sociedade secreta na Gallaecia a sua morte. Para o ocultista germano, ambos episodios mitológicos crunheses formavam parte do secrego rompe-cabeças do verdadeiro Graal simbólico: isto é, a pista borrada pelos primigénios seguidores cátaros da suposta linhagem humana de Cristo traida a Europa.
Trono da coroaçom británica com a Pedra do Destino levada desde Brigantium
Otto Wilhelm Rahn num acto ritual das Waffen SS
Fritz Krüger
Outro mestre germano, Fritz Krüger estudou sobre a "Galiza vista por um estrangeiro", que conhecia através de longas viagens por terras galaicas. Este fundo conhecedor da linguística e etnografia galaica cobrou recentemente notoriedade a partires de investigaçons que provariam ter sido um agente da inteligência Nacional-Socialista antes e durante a guerra mundial, circunstância absolutamente desconhecida naqueles momentos, nom só pola colectividade galaica, senom também polos políticos republicanos ali presentes. O mestre Krüger era um firme defesor da unidade étnica e lingüística da naçom galaica "lucense, bracarense e asturicense".
Fotografias etnográficas galaicas de Krüger na Gallaecia Asturicense
Sonande, Cangas del Narcea "Arquivo Krüger"
Umha vez mais mostra-se o contacto com as naçons sem reconhecimento, por parte do N-S e sobre tudo pelas Waffen SS. Operavam tradiçons de intercámbio dos grupos de celtólogos alemans, com certo carácter esotérico e com ecos incluso na organizaçom Abnenerbe (Herança dos Antergos), adicada às labores culturais, históricas e arqueológicas dependendo direitamente das SS, ou do interese académico desenrolado entre amplos círculos de lingüistas e etnólogos pelos nacionalismos Euskera, Galego, Catalam, Irlandês ,Escocês...
VIVA GALLAECIA ! VIVA EUROPA !
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Um senegalés detido em Ferrol
UM SENEGALÉS PERSEGUIDO POR RAIAR CARROS E APUNHALA A DOUS POLÍCIAS
Um agente da polícia estatal resultou ontem ferido grave logo de serem apunhalado por um homem preto ao que perseguia umha patrulha por raiar umha morea de carros polo centro de Ferrol. Outros tres polícias pertenzentes à Comisaria de Ferrol-Narom resultarom também feridos por curtes e contusons, infligidos no momento da detençom de S.A.A.M.K, de 22 anos, de origem senegalés e residente no concelho de Fene, contra o que existe umha orde de expulsom por atopar-se em situaçom irregular e com outras duas detençons anteriores no mes de junho. No vídeo gravado por um vizinho, e que se corresponde com a parte final da detençom, apreça-se como os agentes tiverom que reduzir ao agressor.
O vídeo foi suprimido polo youtube, como sempre para nom fazer apologia do ódio racial
Aqui o tenhem:
http://www.rtve.es/noticias/20090902/grave-policia-herido-con-destornillador-por-joven-senegales-ferrol/290841.shtml
Umha vez detido o preto, no trajecto à comisaria, o detido siguiu batendo o veículo e rompeu a patadas as janelas, ademais de lançar impropérios aos agentes.
Quatro agentes forom trasladados a centros hospitalários. O mais grave ficou ingressado em estado grave no Marcide. O apunhalamento afectou-lhe a um pulmóm, ainda que segundo indicam fontes policiais esta manha, evoluciona favoravelmente. Os outros tres forom assistidos no hospital Joam Cardona, um por curtes e os outros dous por contusons.
Um agente da polícia estatal resultou ontem ferido grave logo de serem apunhalado por um homem preto ao que perseguia umha patrulha por raiar umha morea de carros polo centro de Ferrol. Outros tres polícias pertenzentes à Comisaria de Ferrol-Narom resultarom também feridos por curtes e contusons, infligidos no momento da detençom de S.A.A.M.K, de 22 anos, de origem senegalés e residente no concelho de Fene, contra o que existe umha orde de expulsom por atopar-se em situaçom irregular e com outras duas detençons anteriores no mes de junho. No vídeo gravado por um vizinho, e que se corresponde com a parte final da detençom, apreça-se como os agentes tiverom que reduzir ao agressor.
O vídeo foi suprimido polo youtube, como sempre para nom fazer apologia do ódio racial
Aqui o tenhem:
http://www.rtve.es/noticias/20090902/grave-policia-herido-con-destornillador-por-joven-senegales-ferrol/290841.shtml
Umha vez detido o preto, no trajecto à comisaria, o detido siguiu batendo o veículo e rompeu a patadas as janelas, ademais de lançar impropérios aos agentes.
Quatro agentes forom trasladados a centros hospitalários. O mais grave ficou ingressado em estado grave no Marcide. O apunhalamento afectou-lhe a um pulmóm, ainda que segundo indicam fontes policiais esta manha, evoluciona favoravelmente. Os outros tres forom assistidos no hospital Joam Cardona, um por curtes e os outros dous por contusons.
Os castros perdem imagem
Castros lalinenses, como Bárcia, Alperiz, Cirstimil ou Dom-Ramiro, acumulam lixo.
O Concelho de Lalim conta cum grande potencial patrimonial em muitos apartados, mas os castros som sem duvida um deles. Ao mesmo tempo, estas antigas aldeias nom contam em muitos casos com a melhor imagem, já que numerosos resíduos almacenam-se pola zona da coroa e o antecastro. Mesmo, restos de neumáticos, plásticos de celeiro, maleza e até alguns veiculos permanecem nestos antigos vestígios que o concelho quer recuperar polo seu atractivo. Especialistas e caminhantes reclamam a conservaçom e mantemento destes enclaves.
Lalim é um dos concelhos da Galiza com mais património castrexo, já que conta com 33 empraçamentos destas características. Muitos deles nom se atopam nas melhores condiçons pola acumulaçom de resíduos ou polo regamento que supom a realizaçom das tarefas agrícolas tanto nas coroas como nos antecastro destes pontos. De factos, caminhantes, especialistas e amantes do património reclamam umha actuaçom nos castros lalinenses, mas que nom vaia mais aló da sua conservaçom e mantemento. O que está claro é que querem mudar a sua actual mala imagem e os danos que sofrem estas zonas.
Em princípio, os castros mais perjudicados pelos resíduos e as actuaçons anómalas som os de Bárcia, Cristimil, Parada e Donramiro. O primeiro esta-se a usar como armazem de celeiros e rolos de erva, que em chegarom ter o médio centenar. Ademais, o tránsito de tractores está perjudicando tanto os valores arqueológicos como estéticos do castro, que no seu dia já se veu perjudicado polo do cemitério e umha vivenda.
O castro de Cristimil também está sendo o cenário de trabalhos agrários que causam certo perjuiço a zonas que supom-se virgens arqueológicamente, já que o arado da terra começa a ser mais fundo. Ademais, acumula restos de neumáticos e madeiros que estropeam muito a sua imagem e incluso podem-se observar garrafas valeiras de veleno.
No caso de Parada, no enclave arqueológico conta entre os resíduos depositados cum par de veículos, um dos quais esta-se a oxidar já que se incendiou nesse mesmo sítio faz anos. Ambo-los dous carros som custosos de localizar já que a zona está povoado de felgos e maleza, o qual é favorecedor a reproduçom de incêndios. Também está desperdigada umha lavadora.
Dom-ramiro é outro dos castros cuia imagem nom é a mais ajeitada pola existência dumha enorme e inservível antena de telefonia que ademais está sostida por um mamotreto de formigom.
Desta maneira, o concelho lalinense, que o pasado ano apresentava o see livro de castros feito por António Presas, ainda conta com bastante tarefa por diante, ja que neste exercício nom se fizerom avanços na posta em valor e potenciaçom dos castros. Segundo o geógrafo lalinense, os seguintes passos nesta matéria passam por desenhar umha ruta de castros que passe por outros pontos e elaborar umha proposta de actuaçom tendente a conservar, manter e limpar estes enclaves. Ademais, aposta por recuperar os materiais extraidos do castrinho de Bendoiro e por excavar algum destes castros, que bem poderia ser este mesmo ao ser agora de titularidade pública.
Dende o M.R.A. Gallaecia condenamos tudo acto delictivo contra o património histórico, e esperamos desejosos de que os indivíduos causantes destes crimes tenham o seu bem merecido escarmento.
http://www.mra-gallaecia.org/natureza-f14/os-castros-perdem-imagem-t138.htm#355
O Concelho de Lalim conta cum grande potencial patrimonial em muitos apartados, mas os castros som sem duvida um deles. Ao mesmo tempo, estas antigas aldeias nom contam em muitos casos com a melhor imagem, já que numerosos resíduos almacenam-se pola zona da coroa e o antecastro. Mesmo, restos de neumáticos, plásticos de celeiro, maleza e até alguns veiculos permanecem nestos antigos vestígios que o concelho quer recuperar polo seu atractivo. Especialistas e caminhantes reclamam a conservaçom e mantemento destes enclaves.
Lalim é um dos concelhos da Galiza com mais património castrexo, já que conta com 33 empraçamentos destas características. Muitos deles nom se atopam nas melhores condiçons pola acumulaçom de resíduos ou polo regamento que supom a realizaçom das tarefas agrícolas tanto nas coroas como nos antecastro destes pontos. De factos, caminhantes, especialistas e amantes do património reclamam umha actuaçom nos castros lalinenses, mas que nom vaia mais aló da sua conservaçom e mantemento. O que está claro é que querem mudar a sua actual mala imagem e os danos que sofrem estas zonas.
Em princípio, os castros mais perjudicados pelos resíduos e as actuaçons anómalas som os de Bárcia, Cristimil, Parada e Donramiro. O primeiro esta-se a usar como armazem de celeiros e rolos de erva, que em chegarom ter o médio centenar. Ademais, o tránsito de tractores está perjudicando tanto os valores arqueológicos como estéticos do castro, que no seu dia já se veu perjudicado polo do cemitério e umha vivenda.
O castro de Cristimil também está sendo o cenário de trabalhos agrários que causam certo perjuiço a zonas que supom-se virgens arqueológicamente, já que o arado da terra começa a ser mais fundo. Ademais, acumula restos de neumáticos e madeiros que estropeam muito a sua imagem e incluso podem-se observar garrafas valeiras de veleno.
No caso de Parada, no enclave arqueológico conta entre os resíduos depositados cum par de veículos, um dos quais esta-se a oxidar já que se incendiou nesse mesmo sítio faz anos. Ambo-los dous carros som custosos de localizar já que a zona está povoado de felgos e maleza, o qual é favorecedor a reproduçom de incêndios. Também está desperdigada umha lavadora.
Dom-ramiro é outro dos castros cuia imagem nom é a mais ajeitada pola existência dumha enorme e inservível antena de telefonia que ademais está sostida por um mamotreto de formigom.
Desta maneira, o concelho lalinense, que o pasado ano apresentava o see livro de castros feito por António Presas, ainda conta com bastante tarefa por diante, ja que neste exercício nom se fizerom avanços na posta em valor e potenciaçom dos castros. Segundo o geógrafo lalinense, os seguintes passos nesta matéria passam por desenhar umha ruta de castros que passe por outros pontos e elaborar umha proposta de actuaçom tendente a conservar, manter e limpar estes enclaves. Ademais, aposta por recuperar os materiais extraidos do castrinho de Bendoiro e por excavar algum destes castros, que bem poderia ser este mesmo ao ser agora de titularidade pública.
Dende o M.R.A. Gallaecia condenamos tudo acto delictivo contra o património histórico, e esperamos desejosos de que os indivíduos causantes destes crimes tenham o seu bem merecido escarmento.
http://www.mra-gallaecia.org/natureza-f14/os-castros-perdem-imagem-t138.htm#355
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