De grande interesse consideramos a sentença televisiva da Rosa Díez, politicamente formada e posteriormente saída do PSOE, numha entrevista recente com Iñaki Gabilondo.
Quem isto lê já sabe que nos referimos ao momento em que, querendo definir "numha soa palavra" ao presidente do estado espanhol, aplicou-lhe o adjectivo "gallego"; explicando, isso sim, que o dizia "no sentido mais pejorativo do termo".
É, como dizemos, de grande interesse, nom porque nos descubra nada da líder da UPyD, mas porque representa a maneira como a nossa naçom é visto a partires da mentalidade de sectores influentes da sociedade espanhola desde sempre, ao ponto de constituirmos um tópico literário já desde Luís de Góngora e até a actualidade. Hoje, como ontem, esses sectores vem-nos como qualquer cousa alheia, estrana e diferente, por isso criárom um adjectivo para definir, no estado espanhol, quem tem um comportamento ou um carácter negativo e diferente do que para eles é “normal”. E até o incorporárom no dicionário da R.A.E.!
O pintor Castelao falava dos "separadores" para se referir às personalidades da política espanhola da sua época que, com as suas atitudes de desprezo pola Galiza, fomentavam umha insalvável ruptura entre a ideia de "Espanha" e a realidade material em que alicerçava a condiçom nacional galaica. Ele próprio se assumiu, perante aos separadores, como “separatista”, de maneira mais vincada na última fase da sua vida, segundo se conclui da leitura das últimas páginas do seu Sempre em Galiza.
Mais de setenta anos depois, os paradigmas mantenhem-se: Aquela Espanha, que continua aí, ainda nom nos assimilou, apesares do ritmo uniformizador que nos impom... e apesares mesmo da vontade de nom poucos galegos. Som os mesmos separadores, os herdeiros dos monarcas, mas também de nom poucos republicanos da época de Risco, os que agora tam bem representa Rosa Díez, como boa parte da intelectualidade oficial do Franquismo. Continuam a julgar que nom somos parte do seu corpo social. Somos um apêndice estrano, incorporado mas ainda nom integrado ao que eles som.
As palavras de Rosa Díez dam continuidade às do poeta e dramaturgo do Século de Ouro espanhol, acima citado, que definiu a Galiza como a terra “cuya maleza es malicia”. As palavras da medíocre servidora da Espanha maketa nascida na Biscaia nom passam de umha pobre recriaçom dum pensamento clássico com algum sustento no sentimento popular, de primária repulsom polo diferente.
Rosa Díez nom nos ofende, nom. Só nos reafirma na nossa legítima identidade e mesmo nos fai sentir grande satisfaçom por nom fazermos parte, com ela, dum projecto "nacional espanhol" baseado na imprescindível aniquilaçom do diferente.
Díez representa o "espanholismo" tradicional: esquerdista, centralista e anti-galaico; como bem sabiam os mestres Murguia, Pondal, Risco, e qualquer nacionalista genuino; por isso nom nos sorprende tanto como por exemplo a qualquer esquerdista mal chamado "nacionalista".
Coincidimos com Risco na possibilidade da reforma co-soberanista das naçons ibéricas, e nom com o derradeiro Castelao ,pintor vira-camisolas, separatista. Por isso aspiramos, mais do que à rectificaçom do dicionário de castelám, se nom também no pensamento da sociedade do estado espanhol.
Sem duvida nas erecçons proximas nom obtenha nemgun voto mais quasi seguro que eses botos iran canda o PPSOE... Menuda impresentavel 88
ResponderEliminarPor isso aspiramos, mais do que à rectificaçom do dicionário de castelám, se nom também no pensamento da sociedade do estado espanhol.
ResponderEliminar100% Certo