quarta-feira, 10 de março de 2010

Dom Eládio e a revoluçom N-S


Sobre o poeta dom Eládio Rodrigues Gonçales ainda nom se publicou um trabalho que examine toda as facetas da sua obra, constituida por nom poucos poemas dispersos e tres volumes de tempos diferentes (Folerpas, 1894; Raza e Terra, 1922; Oraciós campesiñas, 1927).

Hoje em dia, a incursom mais esclarecedora numha parcela da sua poesia, a representada polo derradeiro livro, Oraciós campesiñas, é a resenha que publicou Vicente Risco, na revista Nós, en 1928, resenha na que define, com sagacidade, o que ele chama o «ruralismo trascendental» deste poeta de aldeia que reza em verso. Os poemas som umhas pregarias nom exentas dumha certa mística. Em Oración santa, don Eládio fala dos «santos preceptos non escritos» «que soupo despertar nas almas puras / o amor ó traballo / i a devoción á terra».

Neste livro de 1927, em certo modo o testamento de dom Eládio como poeta, o autor nom se alporiça ante a dura vida dos labregos, víctimas de velhas eivas (caciquismo, centralismo...); o autor limita-se a rezar, em voz baixa, as suas oraçons campesinhas. Mas nos poemários antergos, dom Eládio achega-se aos labregos com outra atitude e com outra intençom, sobre todo no opúsculo de 1922, em Raza e Terra. Em As fouces, poema afiado, ja no início estampa esta afirmaçom: «Sega, labrego, sega; ... que así que te decates / de que inda as fouces sirven / pra algo máis que sega-los milleirales...». Ainda que nestas fouces (como nas do poeta da raça Cabanillas) nom escasseia a retórica, nom deixam de desacougar, aos estabelecidos e bem pensantes, versos como «¡Fouces da nosa terra! / Segade ben, segade; / segade nas aldeas e nas vilas / sin lle ter medo a naide».

Nesse mesmo trabalho em "O Camiño" don Eládio nom deixa de chamar a ter confiança na raça dos galegos: "Fíate dos teus esforzos/e tén fe cega na raza/Sigue sin medo o camiño/[...]/camiño seguro/non limpo de lama/que os novos pobos emprenden/y os teus destinos che marcan". Sem deixar de aclamar à bravura da pátria, pedindo o abandono da bondade que nom resolve nada: "Terra miña, meiga terra, terra mansa; déixate de mansedume; vólvete brava, verás como entonces ninguén te asoballa".

A Raza e Terra, de 1922 -o momento mais beligerante, literariamente, de dom Eládio- pertence um poema de contido mais libertador, o que se titula Lume, que é «redentor» e que ha de «acabar coas odiosas tiranías». Este alegato em favor do lume «trunfador e grorioso» finaliza com seis versos nom detectados pola crítica: «Si ha de vir algún día esa alborada / que xa ó lonxe amañece, / bendigámo-lo lume / proteutor que nos quente, / e saudemos con xúbilo a fogueira / da libertá que ó mundo vello queime».

Em realidade o lume de 1922 era muito lume, sobre todo se algún lector como nós entendía a «alborada / que xa ó lonxe amañece», como o mencer que se estava a produzir na Germania dos Nacional-Socialistas, na revoluçom do Führer, pois ao ano seguinte todos sabemos o que passou em München. A "Raça,Terra e Lume" só tem um significado para nós e para os nossos inimigos.

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