segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Galiza, a naçom desconhecida. Ramon Bau




1. Introduçom
2. O nacionalismo galego.
3. A raça celta e sueva no nacionalismo galego.
4. Antisemitismo no nacionalismo galego.
5. O carácter nacional.
6. Vicente Risco e o Nacionalismo político.
7. A esquerda ‘’nacionalista’’.


Introduçom

Para compreender Galiza, haveria que começar por lembrar aquela deliciosa anedota que contava Castelão em SEMPRE EM GALIZA, e que me relatou un bom camarada galego, sobre o velho gaiteiro que levam para Madrid a tocar e que ao sentir saudades pergunta aos seus companheiros: “E quando voltaremos para Espanha?”. Sim, nom é questom de palavras mas sim de ‘estar em casa’. E o galego nom se sentia na sua casa em Madrid, e queria voltar à ‘sua Espanha’, como lhe tinham dito, à sua ‘Galiza’, desconhecida como nome, porém sentida como “a sua casa”.

Julgo ser necessário falar um pouco da Naçom Galega porque é para muitos a grande desconhecida, sempre oculta detrás de Bascos e Catalães, sempre longínqua na sua geografia e sempre esvaecida pola falta de agressividade nacional, que se refugia mais no sentimiento que no político.

Esta ausência de sentido nacional na sua classe dirigente, falando historicamente, tem a sua origem no que o cronista dos Reis Católicos, Zurita, menciona quando fala das medidas tomadas por estes contra os revoltados galegos, medidas que chama ‘’Doma e Castraçom do reino de Galiza’’; isto nom é retórica de um escrivão senom que foi rigorosamente real. Esta castraçom deixou a Galiza sem nobreza e clero próprios, sem direcçom autóctone, um povo perdido de campesinhos e marinheiros dirigidos por estrangeiros. Nestas circunstâncias Galiza nom é quem de gerar umha burguesia própria, sendo estrangeira a pouca que pode haver, catalã, basca e também algo castelhana, instalando as primeiras fábricas neste país. A propósito, é significativo mencionar que os bascos chegados a Galiza acabam por se integrar, de facto temos exemplos significativos dentro do nacionalismo galaico de basco-galegos, sem ir mais longe o próprio Murguia é de mai basca. Os catalães nom botarám raízes e irám-se.
É todo isto que explica o menor vigor do nacionalismo galego frente ao basco, dotado de umhas classes dirigentes próprias que puderom apoiar economicamente o acordar da naçom basca. No entanto, os galegos lidarom com umhas classes dirigentes estrangeiras e hostis, tendendo a ser umha naçom humilhada que se envergonha do seu próprio ser. Porém, tivo grandes pensadores, artistas, e tem a sua língua, bem como o seu sentido étnico e a sua identidade nacional. Daí termos escolhido a dous dos grandes representantes do galeguismo: Manuel de Murguia e Vicente Risco. E como sempre, ambos som um exemplo (um mais que o outro, mas sempre os dous) do sentido étnico nacional que defendemos.

Manuel de Murguia (1833-1923) nom é um nacionalista tal e como hoje entendemos o termo, é un homem do seu tempo; porém, sim é fundamental na hora da gênese do nacionalismo moderno galego cujas teses teóricas desenvolverá Vicente Risco. Murguia é um estudioso da identidade galega, um romântico amante de Galiza, íntimo amigo de Eduardo Pondal, o mais grande poeta que cantou a esta terra. Murguia conhece a obra de Gobineau, conhece Darwin, e portanto é um homem ciente das doutrinas da nacionalidade imperantes nessa época. É, junto a Benito Vicetto, o primeiro em classificar os galegos como pertencentes à grande família dos povos arianos, algo que recolheria com mais força Vicente Risco, quem após a sua viagem a Mitteleuropa, sobretodo pola sua experiência alemã, introduzirá um forte carácter racista no pensamento nacionalista galego, a determinaçom da singularidade galega através da nossa específica raça (ligur-celto-germana), introduzindo termos como VOLKGEIST ou escrevendo ensaios como ‘’O sentimento da terra na raça galega’’.

Vicente Risco é o nacionalismo galego, conhecedor dos românticos alemães e da cultura Europeia, en Galiza traduze-se a Spengler através do grupo de Risco, ele próprio escreve umha obra sobre a decadência do ocidente que se adianta nuns anos à spengleriana. De Risco poderia-se dizer que é um NS, mas nom na acepçom militarista e imperialista da que tanto gostam alguns filofascistas, senom mais bem na que lhe dá Walter Darré em BLUT UND BODEN. Devemos fugir desses que dam ‘certificaçons de ser NS’, podemos dizer que o NS é umha síntese de algo que se manifesta em cada povo de umha forma externa distinta, mas que na sua essência mantém uns valores comuns, inclusivamente presentes na própria Alemania sob outras denominaçons, como em parte da revoluçom conservadora alemã, e é aí onde teria o lugar mais adequado Vicente Risco, de forma que é NS mas nom umha caricatura alemã transladada à Galiza, senom a forma do povo galego de ser NS.

Talvez a obra fundamental de Vicente Risco é MITTELEUROPA, que é a crónica da sua viagem polo centro de Europa, certamente reveladora por dous aspectos:
a) Que nom se tem de ser alemám para ser NS, porque em Galiza houvo contemporâneos de Hitler que de forma independente chegaron a umha semelhante cosmovisom, à vez própria dos povos arianos.

b) Descobrir que a muitos galegos lhes acontece o mesmo que ao gaiteiro de Castelão, confundem Espanha com Galiza, e é com Risco que descobrem a própria nacionalidade e com isso o próprio Ser.

De Vicente Risco podem-se comprar as suas obras “Completas’’ que estám editadas por Galaxia. Os livros que se podem encontrar en castelhano, exceptuando as novelas, que estám todas traduzidas, seriam:
- A História dos judeus desde a destruiçom do Templo (Nom está nas obras ‘’completas’’ e é muito difícil de encontrar). Há, no mínimo, duas ediçons, umha anterior à guerra mundial e outra posterior. Nom estamos ante um panegírico antijudeu, senom ante umha história objectiva do judaísmo mundial, o que aos olhos dos censores da Nova Ordem fai dele umha obra antisemita.
- A já mencionada Mitteleuropa.
- As Trevas do Ocidente (Um precedente do que mais tarde seria ‘’A Decadência do Ocidente’’ de Spengler)
- Teoria do nacionalismo galego, do que falaremos mais para a frente.
- O problema político de Galiza (Obra bastante suave em castelhano)

Ora bem, existe un livro titulado ‘’Léria’’ só em galego e que está recolhido nas obras ‘’completas’’, mas que é de grande interesse para compreender o nacionalismo revolucionário e racial de Risco. Esta obra recolhe umha série de ensaios de Vicente Risco do maior interesse como os intitulados ‘’O sentimento da terra na raça galega’’, ‘’Karma’’ ou algum outro dedicado ao Romantismo.

O NACIONALISMO GALEGO

Da mesma forma que, em Catalunya, para compreender o catalanismo primeiro hai que compreender o romantismo catalán e a sua ‘Renaixença’, deveriamos fazer o mesmo com a Naçom Galega.
Devemos fazer umha retrospectiva que dê umha ideia geral sobre as origens e posterior desenvolvimento do mesmo, fazendo mençom breve das pessoas mais destacadas, em suma, umha breve história do nacionalismo galego, e quando digo nacionalismo originário, devemos referir-nos ao que nós chamamos de ‘’direita nacional’’ mais ou menos ‘’nazificado’’ consciente ou inconscientemente.

Em Galiza, este nacionalismo na sua expressom política pública morre em 1936, e devemos dizer que estava fortemente ligado com os movimentos análogos da época em Euskalerria e Catalunya. Seguramente esta uniom era mais intensa com os catalães, polo menos no nível dos contactos (já provenientes da época de Murguia), embora ideologicamente, sobretodo na concepçom racial da nacionalidade, encontrava-se próxima dos ideólogos da naçom basca: como em Euskadi, umha importante parte dos nacionalistas galegos provenhem do carlismo. Som precisamente os carlistas galegos de Ourense a última expressom desse nacionalismo de ‘’direitas’’ galego nos anos 70, quando fam um apelo para um grande pacto entre naçons soberanas de Ibéria para constituir um estado confederal, muito distante da Espanha borbónica constitucional e tremendamente centralista que se dissimula sob esse eufemismo do “estado das autonomias”.

Podemos portanto citar a Verea en 1838 ou a Benito Vicetto con 8 volumes em 1873. Estes já começam a estudar em sério o galeguismo mas sem aprofundar mais. Alfredo Branhas, um dos clássicos do tradicionalismo galego, escreveu: ‘O conceito de pátria’ em 1891, já fala de naçom desde a sua óptica tradicional, romântica e católica de Galiza.

Porém, neste pequeno estudo, vamos centrar-nos em Manuel de Murguia precisamente porque é a base ‘’tradicional’’ de um galeguismo nacional.
A sua História de Galiza, publicada de 1865 a 1911 em cinco volumes, tem como grande novidade a de iniciar o facto de compreender Galiza como naçom.
‘’A península ibérica nom constitui umha entidade nacional, e o que é mais grave, evidencia-se assimesmo que se encontra desde logo dividida em grandes fragmentos territoriais que informam respectivamente o sangue e a tradiçom. O pensamento que abrigam dá-lhes fisonomias próprias e condiçons de verdadeira nacionalidade. Até tal ponto e com tal força que cada umha das agrupaçons em que aparece naquela altura dividida a Península dá vida a umha civilizaçom e cria umha língua, signo o mais característico e declarado de toda nacionalidade legítima’’.

Em ‘El Regionalismo’, publicado no El Eco de Galicia em 1899, diz Murguia:
‘’Galiza tem território perfeitamente delimitado, raça, língua distinta, história e condiçons criadas mercê a essa mesma diversidade, e portanto necessidades que ela só mede em toda a sua intensidade, aspiraçons que ela só sabe aonde chegam. Constitui, pois, umha Naçom porque tem todos os caracteres próprios de umha nacionalidade’. Mas, é mister esclarecer qual é a noçom de ‘nacionalidade’ que tem Murguia.

Em ‘El Regionalismo gallego’ diz: ‘’Segundo Manzini, e é a definiçom que aceitamos, naçom é umha comunidade natural de homens que, unidos numha vida comum polo território, a origem, os costumes e a língua, tenhem consciência dessa comunidade’’.

É importante neste momento comentar as duas variantes na concepçom do nacionalismo mais importantes:

1. Umha liberal, o nacionalismo jacobino, na que a cidadania está dada pola lei, unida ao conceito de Estado, conceito fronteiriço, nascido como Estado burguês na França, que absorve todo poder e decisão frente à sociedade civil. Robespierre diz: ‘’queremos umha ordem de cousas na que as distinçons nom nasçam senom da igualdade mesma’’. E o mais igual é um papel onde um organismo artificial chamado Estado indica qual é a ‘nacionalidade’ que se tem, seja qual for a nossa origem, cultura, história, e mesmo vontade, quer dizer, os nossos elementos naturais.

2. Um conceito orgânico, de origem histórica e racial, defensor da identidade de cada povo face à unificaçom igualitária de umha administraçom, que tem umha raíz imediata no germânico e que obtém o seu último exemplo no NS, ao definir claramente a origem étnico-cultural da nacionalidade, que comporta para um racialista a existência de umha comunidade de certa semelhança ou origem étnica, cultural e lingüística como parte essencial da nacionalidade. Esta tendência, que é a nossa, baseia-se em ideias fundamentais como:

• A Comunidade é superior ao individualismo. O egoísmo individual é um erro, o socialismo nom é só de economia, é umha vontade da comunidade de ser justa em todo acima de qualquer interesse particular.
• Umha forma de ser ligada ao Povo, nom como norma única, senom como expressom dessa generalidade cultural e étnica, e portanto o Povo e a Comunidade ficam por acima dos actos administrativos ou jurídicos.
• Umha vontade de defesa da componente étnica e cultural frente às invasões maciças de outros povos ou as imposiçons de outros poderes como o dinheiro ou os desejos de outros povos.
O mundo democrático baseia-se na primeira concepçom, legalista, robespierriana, genocida de diferenças e povos. A segunda tem, em troca, as grandes tendências que é necessário compreender para a abordagem do tema galego (como o catalán ou basco).

Murguia, como Manzini, inclui a necessidade de umha vontade de ser Naçom no povo para obter a ‘nacionalidade’. Baseia-se por completo no conceito orgânico, e por isso estabelece claramente como condiçom da nacionalidade o conceito de ‘ORIGEM’ comum, mas acresce um voluntarismo que está acima dos elementos naturais.

Este tema é importante pois marcará o início da diferença que levará a umha oposiçom entre fascismo e nacionalsocialismo no tema nacional, diferença que foi a pedra angular dos problemas en Espanha.

Murguia, com Manzini e outros, exige AMBAS AS DUAS REALIDADES, umha base natural e umha vontade político-histórica de nacionalidade. Porém, mais tarde os fascistas eliminarom a parte de base natural e convertirom a nacionalidade num mero destino histórico, umha simples vontade de poder, o que permite o imperialismo e a dominaçom de vários povos num só destino forçado chamado Estado, que lhes é superior e anula os direitos de diferença de raça e cultura, o que foi a base do fascismo e do seu genocídio contra os povos.

Murguia acrescenta sempre essa vontade, que podemos chamar consciência nacional de fazê-la efectiva (tema que foi essencial no caso galego como veremos). Vejamos o que escreve Manzini em ‘Aos jovens da Itália’ 1859:
‘’Língua, território, raça, mais nom som que indícios de nacionalidade, em precário, como confirma toda a tradiçom histórica, quando nom som vinculados polo longo desenvolvimento de umha vida colectiva diferenciada dos caracteres alheios’’.

Em ‘Da nacionalidade como fundamento do direito de gentes’, 1873, diz que os elementos naturais ‘nom som suficientes’, necessita-se essa consciência nacional.
Nada mais longe de Murguia que esse fascismo imperialista e estatalista, Murguia repugna o jacobinismo e o conceito jurídico de ‘naçom’ e também todo domínio antipopular. Claramente indica que se identifica com a necessidade de Origem, Raça, História, Cultura e Território comum mas ADEMAIS disso necessita-se umha consciência de naçom. Quer dizer, hai povos com essa origem, língua, e cultura comuns, e esses serám Naçom se tenhem consciência de tal, como objectivo político a lograr. Caso contrário, serán só ‘turbas’ sem identidade comunitária real embora sim ‘natural’
Para Murguia, Raça, Língua e Cultura som o alicerce essencial da Naçom. E só necessita umha vontade política para merecer sê-lo. E por isso som antiliberais, contrários à igualdade do voto, etcétera
Para Murguia o nacionalismo galego baseia-se em História e Raça. A ‘Naçom de Breogám’.

A Naçom de Breogám é a pátria do rei celta Breogám, o mítico rei do livro das invasões irlandesas, cujos filhos povoam Irlanda tendo saído de Galiza. A naçom de Breogám é Galiza, nom Espanha como às vezes a manipulaçom fai aparecer nas traduçons ao castelhano para desanimar o galeguismo. É pois a Naçom que constitui o primeiro estado européu germano-romano com a soberania sueva em Gallaecia, e única naçom reconhecida e nom conquistada por Al-Andalus na península Ibérica.

A RAÇA CELTA E SUEVA NO NACIONALISMO GALEGO

O nacionalismo galego é claramente étnico, diríamos que mais étnico que o catalám, pois tem umha consciência de origem étnica diferencial mais clara que aquele, no que há umha base étnica menos definida (frente às diferenças culturais e históricas muito mais desenvolvidas, embora o elemento étnico não esteja por completo ausente).

Com influências de Gobineau (o seu livro ‘A Desigualdade das Raças humanas’) e de H.S.Chamberlain (‘Os Fundamentos do século XIX’) e de Louis Gumplowicz (‘A luita das raças: Investigaçom sociológica’), dentro desta linha o que chateia enormemente aos intelectuais democratas do sistema é a profundizaçom no tema celta e suevo.

Maurice Barees já falou disso muito, em parte para afastar França da herança germana e ligá-la umha outra herança celta própria.
Esta tendência racial tem também as suas bases no historiador Taine, para quem a Raça é a fonte primeira dos povos, ou na influência de Carlyle, racista que defende a arianidade frente à negritude ou o semitismo, por exemplo.

Diz Murguia: ‘’O povo galego leva ainda impressos no rosto os sinais inequívocos da raça à que pertence’’ (História de Galiza)
‘’Bem é verdade que nom soubemos conservar a nossa raça protegida de toda irrupçom e que a cada momento vemos como o colono romano se mistura e confunde com os homens de origem céltica’’.

Fala de arianidade sem hesitaçom e como algo superior a toda outra origem. ‘’É mais, o ário nos seus começos é superior ao preto, em todo o esplendor da sua civilizaçom possível’’. Manzini já o dizia também, porém de umha maneira muito mais moderada.

A origem celta de Galiza é o alicerce da ‘razom de origem’ de Murguia sobre o povo galego, tal como já figeram outros historiadores como Verea. ‘Pola linguagem, pola religiom, pola arte, pola raça, está o povo galego ligado à grande e nobilíssima familia ariana’.

Mas dentro dessa raíz ariana, que contrapom às influências semitas que puderam ter ficado noutras zonas após o domínio árabe (algo que nem sempre é exacto, pois o influxo semita e judeu foi muito escasso logo das expulsões dos Reis Católicos), a particularidade de Galiza está na origem celta (que na realidade partilha com Astúrias e algumhas zonas santanderinas da costa norte de Espanha, ademais das bases de outras famílias celtas na França e Inglaterra).
‘’Esta costa selvagem que se extende desde o cabo de Ortegal ao de Finisterra povoada está pola mais pura raça céltica’’.

‘” No mínimo, nas províncias da Corunha e Lugo o tipo celta domina a todos… A populaçom galega é céltica com alguns núcleos romanos. Assim, a preponderância da raça celta na Galiza é um facto evidente’’ (História de Galiza)
E pormenoriza: ‘’O tipo céltico que se conhece na Galiza é o que Amadeu Thierry chama galaico e cujos caracteres som, segundo Berard, cabeça mais redonda do que oval, feiçons arredondadas e mediana estatura, o nariz nom vem recto desde a frente senom que a separa umha depressom…’’. Como vemos nom fala de umha simples diferença de cultura ou língua senom de racismo global.

Na sua obra ‘’Galiza’’ dedica mais de 100 páginas a tratar da raça celta e Galiza. Pormenoriza os seus mitos e religiões, tradiçons, costumes, e relaciona todas elas com a origem celta. Depois do esquecimento imposto, a essência celta impregna toda a vida galega, as suas tradiçons e costumes mais arreigadas.
Ainda mais, Murguia acha que dessa raíz celta é donde deve sair a seiva de umha restauraçom nacional galega.

‘’A antiga raça céltica guarda nas suas entranhas um princípio vitalista tal que a caducidade lhe devolve a juventude. Nom, nem morta, nem esquecida, nem por completo vencida, antes viva e pronta para o novo triunfo, paira na sociedade moderna, infiltra-lhe a sua seiva, dando-lhe aquele rigor próprio dos homens da sua raça, faz com que todo converja num ponto e seja responsável pola reconstruçom de aquele poderoso império céltico. Em pé temos os monumentos, os costumes, a raça mesma.’’

Portanto Galiza nom foi celta, senom que é celta. Galiza foi um estado independente organizado segundo o modelo celta.

‘Hoje em dia prevalece ainda no nosso país aquela organizaçom, aqueles instintos, aqueles mesmos antigos costumes, numha palavra o seu eterno modo de ser’’ (Galiza)
Por isso define o campesinhado e os pescadores como a essência do povo galego e mostra como parte das suas tradiçons o culto ao sol, o druidismo, o amor à natureza e em especial às àrvores, o deus inominado genérico, todo isso manifestado na arte e costumes populares.

Nom é o único em falar da raça galega, diz S. Isidoro de Sevilha: ‘’Galegos ditos assim pola sua brancura, polo que também se chamam galos. Som mais brancos que os demais povos de Espanha’’ no livro 9 das suas Etimologias.
O credo de Murguia resume-se assim:
Acreditamos:

1. Na persistência e extenso domínio do tipo celta no nosso país.
2. En que as demais gentes que se assentarom na Galiza, com a excepçom dos Suevos, nom tiverom grande importância etnográfica.
3. Que encontramos umha perfeita semelhança entre os galegos de hoje e de sempre e os celtas da Europa antiga e moderna.’
Como vemos hai outra achega básica em Galiza, a invasom dos suevos, outra tribo ariana de origem germânica.

A invasom sueva acaba com a mínima romanizaçom que introduzira o frágil domínio de Roma na zona galega, e efectiva umha reconstruçom nacional ao criar a monarquia sueva independente en Galiza.
Dessa forma as leis, linguagem e organizaçom social galegas nom fôrom romanizadas senom que provenhem de um substrato celta e umha organizaçom sueva. O caso suevo, esquecido, sempre minorizado e desprezado, porém na realidade constitui um rasgo único na península Ibérica. O tema suevo é simplesmente fascinante, primeiro pola sua importância, uns 30.000 suevos chegam a umha regiom habitada por uns 100.000 autóctones e, segundo, polo facto da sua chegada a esta longínqua regiom, e ante isto podemos achar umha das provas mais inconfundíveis de que uniriam os celtas galaicos com os celtas da Gália (dizer que em Galiza houvo no mínimo duas línguas celtas, por um lado o lusitano e por outro o galo); e é que os suevos nom som un povo puramente germânico senom que está fortemente celtizado pola sua relaçom com a Gália, devemos lembrar que galos e suevos combatem conjuntamente os invasores romanos. Naquela altura, talvez os suevos partirom para umha terra que já conheciam polas histórias de anteriores migraçons galas à Gallaecia.

Devemos dizer que o proceso de germanizaçom de Galiza é tam amplo e profundo que mais do 60% da toponímia galaica é de origem germânica, realidade inaudita no resto da Península Ibérica. Que na Alta Idade Media os nomes mais comuns que utilizava a populaçom som germanos como assim demonstram os documentos, chegando a afirmar algum experto que no caso de que alguém que nom conhecesse este país acedesse a estes documentos creria que estava perante um país germânico. Que os suevos de forma surpreendente integram-se com a maior perfeiçom com a populaçom autóctone eliminando a pequena resistência dos elementos parasitas que ficaram como resto da dirigência romano-galaica. Que estabelecem o primeiro estado germânico-romano moderno en Europa, desde logo esta é a evidência da estreitíssima relaçom do nosso país com o mundo atlântico, germânico e escandinavo, e nom o digo eu, senom que o dizem os expertos alemães, estudiosos do mundo castrejo e suevo, um mundo castrejo que nom existe no resto da península, e que esses mesmos expertos relacionam com o mundo atlântico e germânico.
Murguia fala de um dos personagens nacionais galegos, Gelmírez, indicando que é de linhagem sueva, vindo do do Hildemir suevo, como defende Murguia na sua obra ‘Diego Gelmírez’ (1898.). Nom todos os nacionalistas galegos concordam totalmente com Murguia.

Gelmírez era arcebispo de Santiago, senhor da Terra de Santiago. Murguia, por exemplo, louva-o já que coroou um rei de Galiza, umha simples marionete. Porém, outros indicam que nom era suevo, Gelmírez é galego mas a sua linhagem pertence aos Francos de Borgonha.

O herói nacional galego é Pedro Pardo de Cela, o Braveheart galaico, morto o 17 de Dezembro de 1483 por ordem de Fernando e da ilegítima Isabel de Castela. Pardo de Cela, junto com Pedro Álvarez de Soutomaior, combateu sem descanso as pretensões de domínio em Galiza dos reis de Castela até os dous serem derrotados e mortos; com eles calou Galiza, de ter vencido, a história seria muito diferente para Galiza… esse pretenso ‘destino histórico’ às vezes nada mais é do que o resultado de umha guerra, nom de umha justiça ou de umha actuaçom lógica com o povo.

ANTISEMITISMO NO NACIONALISMO GALEGO


Hai dous princípios claros polos que o nacionalismo galego se opom ao mundo semítico, aspecto no que coincide com catalães e bascos.

1. Combater a ideia liberal, actualmente de moda nesse tema repetido e muito falseado de umha ‘Espanha’ cadinho de raças e culturas, e negar essa influência, para nada presente na Galiza. As achegas fenícias som as primeiras em serem estudadas. Os fenícios trouxerom comércio mas nom populaçom nem influência etnográfica em Espanha.

‘’Aquelas colónias, com a excepçom das que ocuparom a costa setentrional de África, jamais tiverom o carácter de verdadeiros factos etnográficos e em parte nenhumha fundarom um estabelecimento definitivo de raça semítica… nem a raça celta foi substituída em qualquer parte do nosso país, nem sequer misturada com a de aqueles mercaderes’’ (História de Galiza)

2. Este tema é bastante claro em toda Espanha e nom apresenta em geral dificuldade. Em troca, a influência árabe, ou por melhor dizer, mourisca, sim é um tema que devemos estudar porque é muito utilizado, no meu ver erroneamente, por bascos, galegos e catalães como elemento diferenciador.

A invasom mourisca de Espanha durante séculos criou a falsa ideia de umha semitizaçom da raça na Espanha que estivo dominada de forma mais contínua polo Islám. O nacionalismo basco, catalám e galego tem a tendência a alegrar-se grandemente de que os seus territórios nunca fôrom realmente ocupados, ou nom de forma real e prolongada e que a sua resistência os impediu de toda miscigenaçom com as raças mouriscas. Colocado isto, apresentam umha ‘Espanha’ com maior contributo mestiço latino-ibero-mourisco frente à que apresentam a sua raça celta/sueva, basca ou ocitana sem mácula. Esta perspectiva tem umha base real: Nom houvo nunca influência etnográfica nem cultural nem vivencial da invasom mourísca na Galiza, nem na cornija Norte astur e santanderina, basca ou pirenaica, incluída Huesca e a Catalunya Velha.

Murguia coloca o elemento semítico como o arquétipo contrário ao ariano.
‘’A sua influência detem-se no superficial e no que diz respeito à comodidade das classes ricas. O resto é-lhes alheio. O vigor celta-germano dos povos do noroeste é-lhes superior nas cousas da inteligência e o coraçom‘’. (Discurso nos Jogos Florais de Tui, 1891).

‘’Em nada se manifesta a influência árabe nem se vê que fosse necessária para cousa nenhumha’’ (História de Galiza)
Porém, apresenta um erro, pensar que sim houvo miscigenaçom racial mourisca em Castela ou nas populaçons actuais de Andaluzia e as zonas que si fôrom duradoiramente ocupadas por reinos mouriscos.
A invasom mourisca nom foi tanto etnográfica como militar e cultural, embora achegasse milhares de elementos mouriscos, sem quaisquer dúvidas. Porém, a reconquista nom foi apenas umha conquista militar senom umha progressiva expulsom da populaçom e cultura mais ligada ao Islám, nomeadamente a racialmente mourisca.

Toda a tradiçom castelhana é de rejeiçom do ‘moro’ e da sua segregaçom e expulsom quase maciça final. A firmeza religiosa e racial dos castelhanos e catalano-aragoneses na Andaluzia e Valência foi absoluta. Repovoamento, expulsom e insistência na vergonha da miscigenaçom com gentes de raça obscura. Embora seja certo que a influência cultural árabe é evidente em arte e palavras, etc… a sua influência étnica é mínima após a expulsom maciça de judeus e mouriscos.

Os povos castelhanos que rodeiam Galiza som tan arianos como os galegos, e ocorre o mesmo com os que rodeiam Catalunya, embora haja diferenças étnico-culturais que validam umha nacionalidade popular própria, mas isso nom deve implicar um intento de semitizar o resto de Espanha para assim justificar umha maior diferença, que realmente nom existe.

Mas Murguia, e a verdade é que a maioria de nacionalistas catalães e bascos, nom deixam de aproveitar esse mito da Espanha con miscigenaçom mourisca para marcar distâncias e justificar mais a sua diferença: ‘’Na mesma família, que é onde permanecem com mais força os rasgos fundamentais de cada povo, aparecedes tam diferentes de nós como a família semita da ariana… Os homens do Korám, os semitas, que ainda andam errantes como sombras polas terras de Espanha só importan porque som um perigo e um estorvo’’ (Discurso nos Jogos Florais de Tui 1891) ou “‘…Espanha, onde vivem em perpétuo conflito intelectual povos verdadeiramente européus e povos cuja origem, cuja raça e cultura, som africanos’’.

Sem dúvida o tema nom é tanto de crítica racial como geográfica e cultural. Murguia nom nega a Espanha ariana castelhana, mas o que defende é que o povo galego vive numhas condiçons étnicas e geográficas absolutamente distintas ao da zona castelhana do sul. Nom olha tanto a Astúrias ou Santander ou a Leom, senom que marca as diferenças de geografia e vizinhança da Castela romanizada e íbera, frente à sueva e celta Galiza.

A ideia de ‘o espanhol’ como ‘mestiço’ nom deixa de ter defensores entre os falangistas, nem só os actuais, senom personagens como Jiménez Caballero e outros do nacionalismo espanhol que definem Espanha como crisol de raças e culturas afastando-a de Europa, e querendo justificar a ‘irmandade’ com a mestiçagem índia sudamericana. A ideia, aceitável, de irmanar-se com Hispanoamérica leva alguns à teima de querer mestiçar a sua origem para ‘ser mais irmãos’ da mestiçagem hispanoamericana, que nalguns países é enorme.
O antieuropeismo, e com isso certa rejeiçom àl arianidade (que se vê como algo nórdico, quando para nada o é) estivo presente no nacionalismo espanhol e com isso favoreceu a crítica de galegos ou bascos a essa ‘Espanha semítica’. Mais fácil ainda o acabam de pôr os políticos moro-andaluzistas que acham que podem conseguir ‘autonomia’ (en realidade votos e poder local) a câmbio de fomentar a ideia absurda de umha Andaluzia mourisca e anticastelhana.

Está depois o tema latino, a herança de Roma. Sem dúvida, outra das características mais profundamente arreigadas no pensamento nacionalista galego é o desprezo absoluto por Roma, a exaltaçom do ‘’bárbaro’’ frente ao ‘’civilizado’’, do tradicional frente ao progresso. Aqui temos outra nota significativa que nos afasta inevitavelmente do pensamento espanhol nacionalista que se declara inconfundivelmente romano. Roma é ariana, e nom é pois um tema racial, é um tema de descendência cultural. Bascos e galegos nom sentem a descendência romana senom sueva e celta (para os galegos) e basca em si mesma para os bascos. Isto separa-os dos catalães que sim sentem a sua origem na Provença e a Roma mediterrânica europeia.

2. A oposiçom à mentalidade judia, vista como usurária e fenícia. A realidade é que nom houvo implantaçom judía em Bascónia nem Galiza, e isso sem dúvida é algo que valoram dentro dessa falta de influência semítica geral. É certo que as maiores comunidades judias estiverom em Castela (Toledo por exemplo) e zonas catalano-baleares. Principalmente em Castela como banqueiros-usurários da nobreza e no mediterrâneo como comerciantes. Porém, de ambos os encraves fôrom expulsos maciçamente e a influência judia endógena (dos judeu-espanhóis) em Espanha nunca foi importante desde esse momento até os tempos do liberalismo moderno, nomeadamente devido às achegas do poder judeu de outros países.

3. É muito certo que houvo épocas nas que escrivãos judeus conversos tiverom muito a dizer, por nom falar da sua influência total e absoluta na corte dos Reis Católicos e depois na de Carlos I (ler OS BANQUEIROS DE CARLOS V, umha tese doutoral essencial para este tema). Houvo sem dúvida usura e influências nefastas dessa elite sionista sobre a política imperialista, que ignorou muitas veces a justiça e a própria raíz Castelhana à custa do dinheiro e o poder. Mas, nom hai que esquecer que foi Castela, o povo castelhano, o primeiro em receber castigos por esse imperialismo do ouro que os próprios génios de Castela, desde Quevedo a Azorín denunciarom


O CARÁCTER NACIONAL

Para Murguia hai um carácter nacional que dá forma comum, o que nom significa unánime, ao povo galego, descreve a forma de ser medida do galego, da mesma forma que hai umhas tradiçons, mitos, usos, etc…
Neste tema hai que evitar mais umha vez os dous extremos. Os que negam todo e acreditam que todo isso nada mais é do que algo artificial e falso, já que todos somos iguais e todos teríamos as mesmas tradiçons ou usos e características populares se a educaçom, contexto e economia fossem iguais… exemplo dessa ESTUPIDEZ do homem nascido ‘tabula rasa’ como pensou Rousseau, pura utopia que nom existe.

Mas, por outro lado as simplificaçons excessivas podem acarretar modelos populares que som certos só em parte, tenhem umha parte educacional e de ambiência nom desprezável. Já Caro Baroja escreveu o livro ‘’El mito del carácter nacional’’ que, embora as suas exageraçons tem certa razom ao criticar a tendência de alguns en sublimar esse carácter nacional como imutável ou excessivamente uniforme.

Cada etnia leva escrita na sua genética umha certa predisposiçom, um quadro de possibilidades, mas o caminho exacto dentro deste quadro é determinado polo ambiente, a educaçom e as pressões diversas que recebe do exterior, e todo isso forma estatística, quer dizer, nom uniforme. Murguia acerta ao dizer que no entorno tradicional de educaçom, no respeito às formas clássicas que o povo galego tivo durante séculos, o seu carácter nacional maioritário é o descrito; porém, em circunstâncias distintas isto modifica-se e nengum povo é impermeável à propaganda e a manipulaçom des-educativa do mundo moderno.
Portanto, ao reclamar umha forma de ser nacional está-se a pedir nem só a preservaçom maioritária da raça senom um contexto educativo e vivencial adequado à criaçom desse carácter tradicional de épocas nom influídas pola educaçom liberal materialista moderna. Os racistas achamos que esse ‘’espírito’’ da raça é o natural e o que melhor se adapta a poder desenvolver ao máximo as possibilidades elevadas do povo, mas isso nom implica que só a raça vaia determinar sempre umha forma de ser, se nom dominamos o meio e as influências externas que outros povos podam criar.

Podemos resumir todo isto com as conclusões que Murguia estabelece:

1. A raça celta e sueva precedem toda possibilidade e som a base da nacionalidade.
2. É necessário que haja umha vontade nacional, um acordar do povo, da base étnica, que force a sua liberdade sobre influências externas e lhe permita umha ambiência tradicional, quer dizer, adequada ao carácter nacional galego.
3. Hai um confronto evidente com a romanizaçom e o semitismo. Nom aos costumes de origem semita, e nom a umha romanizaçom de Galiza forçada polo poder político.
4. O Galeguismo é interclassista, nom ao marxismo. A comunidade popular nom tem classes, senom que deve caminhar unida numha fraternidade controlada polo poder político dessa mesma comunidade. A lealdade à comunidade popular será umha grande mestra contra o egoismo e a exploraçom de classes.
5. A raíz ariana galega une Galiza com Europa, com o seu mito e destino, e representa um caminho européu comum frente às influências multiculturais e as invasões migratórias ou culturais semitas ou africanas.
Esta visom de modernizaçom europeia do galeguismo, visível também na essência do nacionalismo de Catalunya e na raíz do nacionalismo Basco (muito diferente na sua essência mais radical e de maior consciência de povo, nom necessitando tanto o contacto com Europa mas sim manifestar a sua rejeiçom a serem espanhóis), nom implica, como alguns galeguistas actuais liberais pretendem, que Murguia gostasse hoje desta Europa de banqueiros semitas, às ordens de USA-Siom e invadida pola imigraçom maciça; nom, o que desejava era aquela Europa ariana, ainda moderna mas povoada por arianos, orgulhosa. Nada hai de liberal e democrático em Murguia e o seu galeguismo.

6. Rejeita o Estado Espanhol da Restauraçom monárquica, centralista, liberal e maçónico, apodrecido de partidos e interesses sórdidos, e pede um autogoverno soberano de Galiza (e de outros povos) que seja quem de regenerar mesmo a própria Espanha graças a essa regeneraçom das suas partes.
Nom hai em Murguia agressom a Espanha, nem ódios, nem sequer apelos para a volta a um passado já impossível. Pretende fundamentar as razões que merecem um nacionalismo galego soberano dentro de um plano de regeneraçom global que se baseie no populismo e nom no jacobinismo ou o materialismo do dinheiro.

Em Galiza é Vicente Risco quem recolhe a base de Murguia e constrói umha noçom de Raça e Povo claramente orientada no sentido NS. Se algo identificou o nacionalismo histórico galego é a sua profunda europeidade, atlântica e germânica (sueva). Na obra Mittleuropa de Risco, onde poderemos observar esta curiosa perspectiva, no encontro de Risco con espanhóis na Alemanha. Sabino Arana, o Dr.Robert e Vicente Risco som os três grandes embora com aspectos muito diferenciais na sua posiçom no que diz respeito a Espanha.

Sabino Arana é outra cousa, o tema basco hai que o estudar aparte, por duas razões:
Pola parte positiva: é un povo claramente diferenciado de Espanha, com umha clara componente racial, lingüística e natural como para ser umha Naçom, e ademais baseada no sangue e nos costumes e tradiçom, mais que na história ou na cultura. E portanto tem os pensadores nacionalistas mais racistas e contrários à democracia, a igualdade, o liberalismo e a invasom imigratória (que é ‘’socialista’’, precisamente porque nom é basca).
Pola parte negativa, envenenarom o seu nacionalismo popular com o ódio e isso conspurca toda a sua pureza ideológica e as suas razões, o ódio de Arana, que mais tarde nas mãos da besta marxista acaba en terrorismo leninista disfarçado de ‘’’nacionalismo’’’, criando umha nódoa infectada sobre o racismo e o populismo vasco ao aliarem-se com o terrorismo da internacional igualitária comunista-leninista. Umha dicotomia que nom saben como evitar e que os leva ao desastre. Sem esse terrorismo, o povo basco seria sem qualquer dúvida merecedor da maior soberania e nacionalidade.

VICENTE RISCO E O NACIONALISMO POLITICO


Nasce Vicente Martínez Risco em 1884 em Ourense, de profissom mestre; funda em 1917 a revista ‘La Centuria’, próxima ao Futurismo, com o seu texto ‘Nós, os inadaptados’ já mostra a sua rebeldia intelectual. Influências de Marinetti e colaboraçons de personagens como Roso de Luna, esotérico bem famoso em Espanha, exemplificam a sua tendência.

Mas, a sua tarefa nacionalista começa realmente com a formaçom de “As Irmandades de Fala”, apoiadas pola Lliga Catalana de Cambó, que em 1918 se apresentam a eleiçons. Tanto Cambó como Puig i Cadafalch fôrom a Galiza para apoiar estas eleiçons. Recordemos que Cambó e a Lliga som catalanistas mas para nada separatistas.

Em 1920 funda a revista ‘Nós’ onde se publicarám vários textos fundamentais do nacionalismo galego, e que permanecerá em pé até 1936, com o triunfo en Galiza do franquismo. Castelão será director artístico de ‘Nós’ durante certo tempo.

Risco oporá-se absolutamente à política da República, e nomeadamente à aliança do Partido Galeguista com a Frente Popular. Católico fervoroso e antidemócrata, Risco nom se exilará com a chegada de Franco. Em ‘Nós’ publicou a sua Mitteleuropa.

Sem dúvida o alicerce da sua doutrina política está na sua ‘Teoria do nacionalismo galego’ de 1920. Ali estabelece as bases, que som as nossas, do nacionalismo popular:

- O nacionalismo popular é umha luita contra a nivelaçom cultural igualitária e a uniformidade que trata de impor o estado jacobino.
- Tem um entroncamento romântico e contrário ao racionalismo cientificista.
- Opom-se à Espanha oficial, quer dizer, ao Estado Unitário liberal e jacobino, mas nom à Espanha vital, a umha Ibéria diversa e amigavelmente unida.
- Reivindica a identidade galega, a sua raça, a sua cultura e língua como umha personalidade nacional. Mas sente-se ligada fraternalmente com as demais nacionalidades ibéricas.
- Nom se contenta com o regionalismo, isto é, com a autonomia administrativa, senom que pede o reconhecimento nacional de umha cultura autónoma, de um povo, nom de um ‘administrado’.
- Reclama o federalismo contra o centralismo, e expom como os povos de Espanha fôrom oprimidos por um poder central em lugar de unidos por um amor comum.
- Galiza foi derrotada polos Reis Católicos, Castela por Carlos I, Aragom por Filipe II, Catalunya por Filipe V, mas todo isso nom foi nada se o comparamos com a destruiçom total do liberalismo maçónico jacobino de 1800.
- Coloca a questom da base celta da populaçom galega, assumida sob contributos suevos e ibéricos menores, que ficarom impregnados da base celta. Embora o centro do tema nom seja umha questom federalista, senom soberanista, onde naçons em pé de igualdade escolhem um caminho comum, e essa é a Hespanha de Risco, nom outra.
Para os anos 20 esta perspectiva era sumamente coerente, hoje foi totalmente superada, já nom devemos falar de Espanhas, Hespanhas, nem nada semelhante, o objectivo é Europa, a Europa das naçons, das etnias.
Em Risco nom hai separatismo, mesmo diz textualmente ‘Nós queremos formar parte de Espanha e contribuir com o nosso génio nacional galego à vida hespanhola’. Nom obstante, sem dúvida opom-se totalmente ao actual Estado uniformizador, à negativa de respeitar e reconhecer o carácter nacional galego e o seu direito a autodirigir a sua cultura, língua; e sobretodo defende a concepçom federalista e popular de Espanha frente à sua concepçom estatalista e legalista actual, fruto do jacobinismo e do carácter uniformador e globalizador do mundo actual, onde todo é Mercado e nom hai lugar para a identidade e a pertença étnica.

A ESQUERDA ‘’NACIONALISTA’’


A estultícia direitista e centralista permitiu que a esquerda, que é mundialista, contrária a toda diferença e etnicismo, que jamais estivo presente no galeguismo ou catalanismo históricos, se tenha aprópriado desse campo através de uns partidos incoerentes e demagogos.
O nacionalismo galego actual, usurpado também pola esquerda, carente de toda base histórica dentro do nacionalismo galego, inventa-se a si mesmo nos anos 60 à sombra dos marxistas bascos e catalães, tratando de manipular o legado histórico nacionalista galego que nós reclamamos como próprio. Em Galiza, como em Catalunya ou Euskalerria, a estupidez do centralismo fascista levou a base popular nacionalista às mãos de umha esquerda que sofre a dicotomia entre a sua igualdade ideológica e a diferença que baseia a nacionalidade. Um asco. Mas isso também é assim, e sobretodo, porque grupos que se chaman NR ou fascistas ou alternativos chegam a pactuar com grupos ou partidos antigalegos e anticatalães. Por um tema de votos, por captar o voto anticatalám, som capazes de ignorar a sua terra e aliarem-se com a imigraçom
Por último, sejamos optimistas, é possível a soluçom. Talvez lembrar um antecedente, o 10 de Agosto de 1808, na cidade da Corunha, duas naçons soberanas ocupadas polo inimigo estrangeiro decidem unir-se na luita fraterna contra o invasor. Estas duas naçons soberanas eram Galiza e Castela, que em igualdade de condiçons, de tu para tu, desde o seu próprio ser nacional unem-se para desenvolver umha guerra de libertaçom.

Ogalhá isto se voltasse a repetir, as soberanias pondo-se ao serviço da liberdade frente à ocupaçom democapitalista. Cada povo, soberano da sua identidade, cede parte dessa soberania a umha unidade europeia que luita por umha Nova Ordem.

Sem comentários:

Enviar um comentário