terça-feira, 29 de novembro de 2011

Olegario de las Eras sobor do poema de Risco e Pedraio


O escritor castelam Olegario de las Eras traduze correctamente a curiosa poesia de Risco e Pedraio, assim como como as suas anotaçons e esboços.

1Sobor desta montanha, vizinha do ceu
onde o mestre Parga Pondal
Como as Valkirias da voltas e canta
os duros dentes de granito
5 mordem o corpo famientos
e só a alma livre e vivente
como bolboreta baila e voa.
(ao longe) o Océano solitário,
no ceu só viaxam as nuvens
10 Quando no cerebro vive o marxismo
E o futuro da humanidade tece,
Linha apagada
Linha apagada
Mas quando a noite e as estrelas cantam
14 Deve o marxismo também desaparecer.

Notas:
A traducçom é literal, nom poetizada como fizo o Sr. Vidal Romaní.

O problema sobor o sentido real centra-se na “valoraçom” do marxismo. E tal e como entendera é umha clara crítica ao marxismo, dizendo (parafraseo o verso para que se veja o sentido mais nítido) que “no ceu há nuvens quando no cerebro vive o marxismo e o marxismo tece o futuro da humanidade”.

Nesses versos o uso dos verbos leben, “viver” e weben “tecer” poderia incluso respostar também a um jogo de palavras que a mim escapa porque poéticamente esses verbos unidos significa “existir”, “ser”, mas este em todo caso seria umha questom estilística secundária. O que me parece um completo abuso é que na sua traducçom o mestre galego invente-se um ponto detrás das nuvens (é possível que se acolha a que o seguinte verso começa por maiúsculo, mas é que em vários versos do poema, como o terceiro e o derradeiro, empregam-se maiúsculos sem ter por qué fazé-lo, poderiam-se ter empregado no início de todos ou só usá-las como no alemám: limitando-as aos sustantivos, mas o autor nom segue nenhum desses critérios. Polo tanto nom há base para supor un ponto tras “wandern” para separar na sua traducçom os dos versos 8 e 9.

Assim que tem que forçar “poéticamente” esses versos 8 e 9 para dotá-los dum sentido autônomo, quando resulta evidente que som umha metáfora do que ocorre quando o cerebro e a humanidade vivem e som tezidos polo marxismo, estando ligados aos versos 10 e 11. Igualmente, estes dous versos 10 e 11 ficam soltos e sem sentido, como justapostos e sem vir a conto, ao separá-los dos dous precedentes. Todo parece-me um jogo do traductor para eliminar o sentido pejorativo cara o marxismo. Um sentido lógico e que fai-se evidente nos dous derradeirs versos que som absolutamente diáfanos e unívocos, verschwinden é “desaparecer”, “disiparse”, etc. e ademais emprega-se o verbo müssen que possue um sentido de dever imperativo.

Vidal Romaní aproveitou a “poetizaçom” da traducçom para transformar o sentido, polo menos nos versos 10 e 11.

Só tenho umha dúvida na traducçom exacta do verso 8: nom sei se a palavra inicial é Zu e por tanto Zu ferne é claramente “demasiado lonjano” ou “demasiado longe”, ou é In e por tanto In ferne poderia ser “ao longe”: em alemam existe a perifrase in Ferne, “em lontananza” mas require, segundo tenho entendido, um Ferne com maiúsculo. Assim que nom sei bem por quê soluçom decantar-me (inclino-me mais por “em lontananza” ou “ao longe”), ainda que em todo caso, creio que o sentido do verso seria ou umha mera “ubicaçom do poeta em relaçom ao mar” ou, mais provavelmente, umha metáfora (a soidade do mar) paralela à metáfora (as nuvens viaxam polo ceu, é dizer, o ceu está nuveado) para referer-se à situaçom do cerebro e a humanidade sujeitos ao marxismo).

Olegario de las Eras

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