segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Samain


Compreender nom significa entender. Compreender é integrar-se numha cosmologia que nos achega, neste caso à maior Festividade do mundo celta. Nunca compreenderemos aos nossos devanceiros senom tentamos achegarmos a eles conhecendo, integrando as suas estruturas ideológicas às nossas do século XX. Porque o passado nom existe ilhado do presente e muito menos do futuro. Samain pode ser ou nom assimilado por nós, mas seguirá existindo, porque as tradiçons nom morrem. Formam parte do Mito. E lá onde vaia o homem estará o Mito. Este artigo tentara-nos aproximar ao mistério.

Nom é doado à mentalidade  actual, esquemática e racionalista,, explicar em 1987 o que era e o que é a principal Festa do mundo céltigo: e nom só isso: materialismo, escepticismo e agnosticismo sumam-se para fazer do homem de hoje um ser desligado da sua origem e identidade e polo tanto da Natureza... e os Deuses que lhe som próprios.

Cada Deus, cada Festa sempre simboliza e simbolizará  o estado espiritual (e polo tanto, externo, traduçom do interno) dum indivíduo e por extensom dumha comunidade. Se no primeiro de Fevereiro, a purificaçom e a preparaçom para o verám (luz, sol) chama-se Imbole é por algo, por um objectivo: para purificar-se, para manter o equilíbrio Deuses-Homem-Natureza necessário para a boa marcha da vida. Assim podemos dizer do Baltaine (1 de Maio) ou Lughasad (1 de Agosto). Porém, por cima de todas as festividades estava o Samain (hoje em gaélico irlandês, o mês de Novembro). As fontes das que nos valemos para poder falar disto, nom som abondosas e os riscis ceremoniais e rituais da Festividade perdem-se na memória dos tempos, sempre esperando que alguém  "sonhe" o que os devanceiros sonharom: um calendário descoberto em Coligny em 1987 (cujo escudo lingüístico ainda está sem completar) e as sempre ricas sagas irlandesas. É o único que temos mais coido que suficiente para afinar a importância que estudosos de Religions e arqueólogos estám a dar ao calendário céltigo.

A religiom celta é umha mitologia destinada à classe guerreira. A guerra é o rito sagrado e a comunhom com os Deuses e a terra de Tiv Már. Só há outra via alternativa: a ordem druida, em directo conhecimentos da Natureza e a sua magia. Mais a ela só se achegam os mais iniciados. E todo é retorno, sem princípio nem fim, desde a própria vida humana até as construcçons circulares das suas vivendas, como o Sol, como o Eterno retorno das almas dos guerreiros. Só neste contexto poderemos captar (e ainda assim parcialmente) o que o Samain nos di.

Diziamos antes as quatro Festividades célticas. Resumindo, os celtas dividiam às suas datas maiores em Metade Escura ou Samain e Metade Clara ou Beltaine (isto explica o contar os temos por noites e a divisom do calendário em dias fastos e nefastos).

Com o 1º de Novembro (hoje cristinizado em Festa de Todos os Santos Defuntos), o estio remata na sua totalidade e era tempo de recapitulaçom: Fim de contratos, Finais de guerra ou princípio delas. Tinha por tanto um valor dual, de fronteira, no sentido mais amplo da verba: estava fora do tempo, num tempo nom-terreal.

Chegamos ao segundo obstáculo a vencer para os nacionalistas: existem estados multiplos do Ser, existem vários mundos aos que se achegar, desde aqui e agora, sem ter que morrer. A alma é imortal para os celtas e o tempo terreal tem umha importáncia (de aí o ardor dos celtas nas batalhas, pois nom lhes importava morrer, se eram conscientes da sua missom sagrada).

Dito isto, no Samain as portas do "Sidh" (ou partes dos "Outros mundos", nos quais os mortais podiam viver alternativamente, graças ao Samain, ter filhos, mulheres, terras, etc) estavam abertas e aos "mundos" confundiam-se num tempo neutro.

Geralmente, os homens de além do Sidh nom eram beneficiosos, agás os Tuatha De Dannnan. Deuses e povoadores de Irlanda, antigos habitantes da Hiperbórea, que tiverom que fugir do troco e desviaçom do Polo, Tuatha era Dagda, Lug, Nuada, Ogme e outros.

Assim, todos os principais relatos míticos irlandeses ocorrem no Samain, festa controlada polos Druidas, devido à sua importância, festa guerreira e também umha justificaçom para borracheiras, que às vezes eram causa de que esta festa de goço rematara numha batalha literal.
Juntança (traduçom crimológica de "Samain", dia de portas abertas, para o Sidh, dia dos grandes acontecimentos e de precauçom para os druidas. Alguns feitos mitológicos acaecidos no Samain podem ilustrar a modo de exemplo e explicado.

1. Dia de negócios importantes, límite do ano, quando os filhos de Nemed tenhem que entregar o seu tributo aos Fomorianos.
2. Cita entra Dagda e Morrigam (segunda batalha de Moytura) para que este ajude aos Tuatha contra os Formorianos.
3. Começo da derradeira batalha de Cuchulainn (do Samain ao Imbole).

4. Festa das caveiras portadoras de fachos, para alumiar as muralhas o dia do Samain.
Hoje, o Dia de Todos os Santos e Dia de Defuntos ocupam o lugar que os Tuatha Dé e os guerreiros e povo celta ocupavam, cumha nota de melancolia e tristura que coidamos antes nom existia.
Aguardando as nossas festas iremos reconstruindo o Universo Céltigo. "Nation detita religionibus": assim definia César aos celtas: e por algo, na Gallaecia o dia dos mortos é das festas mais importantes no calendário cristiam, importância dificil de topar ao longo da geografia ibérica. O ano começa no Samain e nom era Janeiro.

Bibliografia:
- Rober Place. Los celtas. Edit. Molino
- Henri-Charles Pucch (direcçom), Las religiones antiguas III. Edit S.XXI
- Anne Ross. Druidas y Heroes de la mitologia celta. Edit. Anaya.
- M. Frntodona. Los celtas y sus mitos. Edit Bruguera-Libro ameno.
- Norman- Taylor. Los celtos. Edit. Time-Life.


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